Queixumes,
lamúrias, reclamações, “chororô”, manhas... são armas muito antigas,
irritantes, improdutivas, contra producentes, usadas nas relações, em quaisquer
relações. São armas de manipulação, quando nos sentimos carentes de cuidados,
atenção e valorização pelos outros. Mas, será que funcionam como gostaríamos
que funcionassem?
Caracterizam uma baixa autoestima, na medida em que são
usadas e abusadas numa eterna luta pelo cuidado que acreditamos merecer receber
dos outros, numa eterna carência de um
cuidado interior (por nós mesmos).
É importante eu observar o quanto utilizo, mesmo que eventualmente, esse
recurso, essa postura, demonstrados por pensamentos, palavras, máscaras e
atitudes!
Às vezes, sentimo-nos realmente queixosos
... É quando estamos insatisfeitos, cheios de auto piedade, pobres vítimas incompreendidas,
sem amor... E acabamos usando esse pensar, esse discurso ou essa postura para
exigir (ou mendigar?) apoio, piedade, justiça, reconhecimento. É quando acreditamos que “ Auto piedade é
melhor do que nenhuma!!!” Pensar dessa forma acaba por nos convencer
que somos pobres vítimas!
O queixoso está sempre se
comparando, sentindo-se prejudicado, injustiçado ... “ Eu merecia mais... ou eu
não merecia!” Em sua irritação, amargura, tristeza, acaba experimentando o
despeito, a inveja... jogando culpa nos Outros, em Deus, na Vida. Atua
manipulando através da culpa, de um jogo de culpas entre as pessoas. Precisa de
uns para ouvir suas queixas e indiretamente, disfarçadamente, culpar os outros,
disseminando amarguras, rancores, julgamentos, desentendimentos. Fala como uma
vítima inocente, criando culpados por onde passa. Joga, joga... Cobra, cobra...Talvez
queira ver se sobra um pouco de “piedade” e atenção para ele! Nesse jogo,
muitas vezes até inconsciente, tornamo-nos ácidos, maldosos,
destrutivos...mesmo sob a capa de pobres vítimas injustiçadas!
A triste ironia é que, ao assumir
essa postura, destruímos nossas relações e criamos uma imagem negativa. Passamos
a ser uma companhia pesada, triste, cheia de raiva mascarada de tristeza. Companhia
que soa falso, que incomoda, companhia de quem se quer guardar distância ... E,
no entanto, os queixosos só queriam ter atenção, ser amados e valorizados!
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