“Há guerras
em que ninguém marcha com uma bandeira, embora isso não impeça que as baixas se
acumulem.” - S.Tomás de Aquino.
As guerras não acontecem somente nos
campos de batalha do mundo ou nos livros, nos noticiários, filmes... que as
trazem de fora até nós. E elas, assim, nos parecem muitas vezes tão distantes! Mas outras batalhas dessas guerras estão,
também, ocorrendo dentro de nossas casas!
Lutas, discussões, humilhações, ironias, abusos físicos, afetivos,
psicológicos, alianças, preferências, comparações, traições, abandonos...
Quantas baixas elas causam! É estranho,
porque, aparentemente, deveríamos estar sob a mesma bandeira – a dos laços
consanguíneos ou de amor. Mas parece que estamos em campos opostos!
Na verdade, essas guerras (todas as
guerras) se iniciam dentro de cada um de
nós! Sempre é Ego contra Ego! Embora não
estejamos empunhando bandeiras, essa tem sido a eterna luta do Homem. “Jamais nos renderemos” Lutamos na Família,
nos Templos Religiosos, na Escola, no Trabalho, no Esporte, na política... Comparamos,
competimos ,lutamos e possuímos... Vivemos em guerra, sempre, desde o
princípio... Mas hoje, agora, já estamos ficando assustados, cansados, até horrorizados.
O prêmio ao vencedor ( ter razão, submeter, dirigir, possuir, julgar, condenar ...)
já não nos torna felizes, nem nutre nossa Alma cansada, isolada, cada vez mais sozinha,
porque o vencedor posiciona-se acima, não consegue compartilhar, não tem
iguais... O mesmo poder que superalimenta o Ego não consegue nutrir nossa Alma!
Começamos a tomar consciência de que
temos uma Alma amorosa, de que somos seres espirituais! Mas ainda estamos confusos, acostumados a
olhar para fora com os olhos do Ego. Queremos
que os outros parem as guerras, queremos que os outros nos deem a paz ansiada.
Imploramos pela paz, queremos que o mundo seja pacífico (ou pacificado, mesmo à
força!!!) para que possamos ter paz! Ainda não percebemos que nem a paz dos
outros bastaria para aquietar nosso Ego irritado competitivo e
controlador. Ele nos mantém em estado de guerra através de nossos
conceitos e preconceitos, de nossos pensamentos, de nossos sentimentos e nossos
comportamentos. E com eles vamos trazendo e fazendo baixas em nosso mundo,
espalhando luta, contaminando... Em nossas relações mais queridas, as baixas
vão-se fazendo e acumulando por intolerâncias, diferenças, desconfianças,
divergências, distanciamento... Estamos eternamente reagindo aos outros e nosso
mundo ficando cada vez mais fechado, “seleto”, vazio, frio, amargo...
E a Paz? Só eu mesma posso buscar um
armistício, uma convivência mais gratificante com os outros, a partir de um
movimento interior de paz. Só eu mesma posso escolher ter mais flexibilidade e
reformular conceitos. Só eu mesma posso escolher pensar com respeito,
aceitação, compaixão, permitindo-me assim sentimentos de ternura, alegria ... Só eu mesma posso buscar agir com
paciência, honestidade, com firmeza sem agressividade, com gentileza, com
generosidade...Só eu mesma posso decidir me desarmar, depor minhas armas!
Com nosso Ego assim se reorientando poderemos nos dedicar à
construção da Paz, porque a paz é uma
construção interior, ela é responsabilidade de cada um de nós, ela
independe das lutas à nossa volta. Na verdade, essa construção infinitas vezes
nos parecerá muito difícil, quase impossível, porque estamos adaptados à guerra
e em meio a muitas guerras. Mas é preciso experimentar essa mudança no pensar,
sentir e agir, para poder realmente sentir e acreditar na gostosura da Paz. Guerra ou Paz, a escolha é nossa!
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