Eu não
merecia isso! É um queixume, muitas vezes silencioso, doído, interior... Eu merecia mais! Lamúria magoada, abafada, do
meu orgulho ferido pelo fato de não ter sido
reconhecido o meu valor especial, meu esforço especial, meu modo
especial de um ser especial! Como dói
sermos tratados como “todos” ou menos que outros! Orgulhosos, ficamos com a
“pele” muito fina, sentimo-nos facilmente melindrados por não recebermos uma
atenção especial! Como dói ter que
aceitar os outros, as coisas do jeito dos outros... Queria do meu jeito! Ele era o melhor e foi
preterido!
Não percebia, mas era
muito prepotente, ainda que só no pensar e sentir. Muitas vezes, não
demonstramos nosso orgulho, nossa vaidade, prepotência, arrogância... Muitas
vezes não exigimos (quando não podemos) obediência, concordância, aplausos,
valorização, mas ficamos muito irritados, profundamente ofendidos, por não
recebê-los, mesmo quando sob uma máscara de indiferença.
Acreditarmo-nos e sentirmo-nos mais,
e especiais. Sermos tratados como “qualquer outro”, nos igualar, faz-nos sentir
vitimados pela falta de atenção, justiça, valorização e amor que não recebemos
dos homens e de Deus, pelo menos na medida em que achamos merecer. Vítimas,
estamos sempre nos comparando e nos sentindo prejudicados, não adivinhados e
não atendidos em nossos desejos mais íntimos, em nossas relações mais
queridas. Vítimas apaixonadas, sofremos
as dores do ciúme da atenção, amor e valor que outros podem estar recebendo
tanto ou mais do que nós!
Essas dores do orgulho que nos
vitimam, acabam por nos isolar e magoados, irritados, zangados, tornamo-nos muitas
vezes grosseiros, porque “não estão sabendo me amar e valorizar como eu queria
e merecia”! Orgulhosos, escondemos nossas
dores de todos que “não saberiam nos entender” e os culpamos por ingratidão,
mediocridade ou indiferença. Ficamos
presos num círculo de mágoas, raivas, frustrações, esperando que os outros
mudem ou que se submetam às nossas opiniões, ideias, escolhas, ao nosso jeito
ou reconheçam o quanto merecemos porque somos “especiais”.
Só nos libertaremos quando
aceitarmos, com Humildade e Simplicidade, que somos tão especiais
quanto quaisquer outros. Que eles podem ter opiniões e escolhas diferentes, sem
que isso seja falta de afeto e respeito por nós.
Precisamos passar a limpo nossa história e rever nossas
percepções equivocadas de vítimas orgulhosas em nossas relações. Lembranças com
esse peso nos mantém predispostos a eternizar essas dores teimosas. Precisamos
ter atenção com nossos melindres! Não somos mais, nem somos menos! Apenas somos! Não
compliquemos!!!
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