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domingo, 4 de outubro de 2015

DORES DO ORGULHO


           Eu não merecia isso! É um queixume, muitas vezes silencioso, doído, interior...   Eu merecia mais! Lamúria magoada, abafada, do meu orgulho ferido pelo fato de não ter sido  reconhecido o meu valor especial, meu esforço especial, meu modo especial de um ser especial!  Como dói sermos tratados como “todos” ou menos que outros! Orgulhosos, ficamos com a “pele” muito fina, sentimo-nos facilmente melindrados por não recebermos uma atenção especial!  Como dói ter que aceitar os outros, as coisas do jeito dos outros...  Queria do meu jeito! Ele era o melhor e foi preterido!      

 Não percebia, mas era muito prepotente, ainda que só no pensar e sentir. Muitas vezes, não demonstramos nosso orgulho, nossa vaidade, prepotência, arrogância... Muitas vezes não exigimos (quando não podemos) obediência, concordância, aplausos, valorização, mas ficamos muito irritados, profundamente ofendidos, por não recebê-los, mesmo quando sob uma máscara de indiferença.

            Acreditarmo-nos e sentirmo-nos mais, e especiais. Sermos tratados como “qualquer outro”, nos igualar, faz-nos sentir vitimados pela falta de atenção, justiça, valorização e amor que não recebemos dos homens e de Deus, pelo menos na medida em que achamos merecer. Vítimas, estamos sempre nos comparando e nos sentindo prejudicados, não adivinhados e não atendidos em nossos desejos mais íntimos, em nossas relações mais queridas.  Vítimas apaixonadas, sofremos as dores do ciúme da atenção, amor e valor que outros podem estar recebendo tanto ou mais do que nós!

            Essas dores do orgulho que nos vitimam, acabam por nos isolar e magoados, irritados, zangados, tornamo-nos muitas vezes grosseiros, porque “não estão sabendo me amar e valorizar como eu queria e merecia”!   Orgulhosos, escondemos nossas dores de todos que “não saberiam nos entender” e os culpamos por ingratidão, mediocridade ou indiferença.  Ficamos presos num círculo de mágoas, raivas, frustrações, esperando que os outros mudem ou que se submetam às nossas opiniões, ideias, escolhas, ao nosso jeito ou reconheçam o quanto merecemos porque somos “especiais”.

            Só nos libertaremos quando aceitarmos, com Humildade e Simplicidade, que somos tão especiais quanto quaisquer outros. Que eles podem ter opiniões e escolhas diferentes, sem que isso seja falta de afeto e respeito por nós.


Precisamos passar a limpo nossa história e rever nossas percepções equivocadas de vítimas orgulhosas em nossas relações. Lembranças com esse peso nos mantém predispostos a eternizar essas dores teimosas. Precisamos ter atenção com nossos melindres! Não somos mais, nem somos menos! Apenas somos! Não compliquemos!!! 


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