Somos
responsáveis pelo que acreditamos. Somos responsáveis pelas crenças que
mantemos em nossa vida adulta. Algumas
são tão naturalmente arraigadas, que nem notamos que são apenas crenças –
parecem a nós que são certezas, verdades inquestionáveis. Na verdade, elas nos foram passadas/ensinadas
desde sempre e nós as assimilamos como “o chão e o céu” do nosso mundo.
Outras crenças, vamos adquirindo em
resposta a desafios enfrentados em nossas vivências. São filhas de experiências,
boas ou más. Essas crenças são mais novas, maleáveis. Ainda assim, foram influenciadas pelas crenças primeiras,
primárias, familiares.
Como adultos, precisamos aprender a
questionar a lógica e a veracidade de todas nossas crenças para as irmos, se e
quando necessário, revalidando-as, remodelando-as ou, até mesmo,
abandonando-as. Em nossas relações
afetivas, no entanto, nossas crenças parecem desafiar nossa capacidade de
analisar, de rever conceitos, quando se apresentam questões de confiar ou desconfiar uns nos
outros. Preferimos manter nosso mundo de “certezas”! Parece, a princípio, ser
mais cômodo, mais seguro...
Então, jamais acreditar ?
Jamais voltar a acreditar? Atenção! Pessoas são únicas, não
podem ser generalizadas! Pessoas estão “em processo”, pessoas até mudam (não
demais, nem muito rápido), mas mudam!
Ou, sempre acreditar! Para
sempre acreditar? Mas acreditar no quê? Que as pessoas não deveriam mentir,
trair, decepcionar...? Que deveriam ser justas, verdadeiras...? Atenção!
Pessoas falham!
Sou responsável pelo que eu
acredito, só por hoje! Os outros não
podem ser responsabilizados pelas minhas escolhas e “certezas”! Se eu decidir escolher me resguardar
neuroticamente de desenganos, fechando-me ao mundo e às pessoas, sempre desacreditando, a responsabilidade é
minha! Se, ao contrário, eu decidir
acreditar num mundo ideal, irreal, de pessoas ideais e irreais... a
responsabilidade também é minha!
Num mundo real, preciso conviver ( e até acreditar) nas
pessoas, principalmente nas pessoas que mais amo, mas ATENTA às suas possibilidades, às suas dificuldades , às suas
falhas de caráter, à sua humanidade ainda tão primária! Preciso acreditar no que ela, só por hoje,
consegue ser e não no que ela devia ser, e não no que eu queria acreditar que ela fosse.
A partir daí, posso ter atitudes até
amorosas, mas também firmes, coerentes e assertivas. Esperar de “ peito aberto” e com inocência
que as pessoas sejam como prometem ou como eu desejava que fossem, só nos leva a
frustrações, decepções, mágoas e muita raiva. E então acusamos , jogamos culpa e nos
achamos com o direito de, ressentidos, “dar o troco”. Não posso me entregar à
delírios de amor cego e apaixonado, nem à fantasia de eu ser generosa e sublime,
acima desse mundo. Quando eu o faço, acabo por me queixar, magoada e
assombrada: “E eu acreditei!...”
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