Ouvimos
falar de Carma, um conceito oriental, e o “adaptamos” à nossa visão
judaico/cristã de castigo, por
pecar, por errar... Uma visão de culpa, prisão, expiação... até de “virtude”! Acreditamos, assim, que construímos nossos
carmas dolorosos e devemos pagar por eles.
Para nós, então, o carma, ficou caracterizado como um peso que
arrastamos, merecidamente, pelas situações que criamos nessa vida ou em vidas
anteriores, conforme a concepção religiosa de cada um.
E acreditamos que não devemos fugir
dele! Devemos, sim, nos submeter e aturar o carma/castigo, ainda que nos
debatendo e/ou o amaldiçoando: É meu
carma, né?! Essa visão nos leva a uma acomodação à
desgraça, sob a desculpa, até religiosa, do “mea culpa” . Ao mesmo tempo satisfaz, e até nos envaidece,
pela nossa “virtude” no sofrimento!
Mas submeter-se
espontaneamente a uma paralisia doentia em situações dolorosas e humilhantes,
não é virtude, não é humildade, não é carma de ninguém! Isto é uma distorção, um equívoco perverso.
O conceito verdadeiro que nos foi passado
é um conceito libertador ! É oportunidade de rever crenças, de rever nossas
atuações, de nos confrontar com nossos erros passados - por submissão, omissão, manipulação,
agressão... Oportunidade de buscar novas soluções que possam transformar
erro/culpa em arrependimento, com responsabilidade em mudar.
Oportunidade de buscarmos novas performances na vida, nas relações...
Oportunidade de “transformarmos erro/ dor/sofrimento em algo útil e educativo”.
A Vida é um eterno processo de
aprendizado libertador, que nos é oferecido pelo Amor/ Paciência/Sabedoria de
um Poder Maior. Nada nos acontece por acaso e sem um motivo que nos ofereça
oportunidades. Enfim, querer “fechar/resolver”
um carma é aprender, modificar-se, libertar-se, para seguir, renovados, sem mágoas, sem ódios ou
ressentimentos... Acredito numa
Sabedoria Superior e Amorosa, que nos plantou aqui, desse modo, com essas
pessoas, nessas situações, porque sabe e acredita em nós, em nossa Luz Interior,
que nos fará aprender, superar e caminhar ...
Acolher e transcender
um carma é como plantar uma nova árvore,
de bons frutos... É criar um “carma bom” para poder desfrutá-lo, em qualquer
vida, com alegria.
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