Vivemos em
romarias, eternos romeiros, “humildes” pedintes, suplicando atenções e cuidados
especiais, solicitando, com insistência, nossa saúde tão mal cuidada, o alívio
de culpas, de saudades, do desamor e até recompensas e ganhos materiais...
Acostumamo-nos a pedir/implorar àqueles “mais poderosos”, que habitam os
templos, ou diretamente ao Todo Poderoso, no “céu” de nossas crenças religiosas. Pedimos, imploramos, queremos e precisamos receber
graças e benesses. Achamo-nos merecedores por sermos bons (ou pelo menos
melhores), porque necessitamos mais ou porque somos ainda pobres
pecadores. Não importa a justificativa,
queremos sempre mais, estamos sempre em busca do receber. E quando recebemos,
agradecemos com velas, testemunhos, rituais... Mas logo buscamos mais, porque a
vida é cheia de desafios, doenças, dívidas, abandonos, sonhos desfeitos,
convivências difíceis... E, mais uma vez,
fazemos promessas, com oferendas materiais e sacrifícios, pedindo proteção e
atenção, em trocas e barganhas... Buscamos, também, “intermediários” para mais
facilmente chegar ao Poder Maior – padres, pastores, médiuns, rabis, “santos
profetas”, gurus...
Sacrificamo-nos, insistentes, nessas
romarias em busca de alianças poderosas para acessar esse Poder Maior, lá
longe, num céu às vezes parecendo tão distante!
Muitos jamais desistem, insistindo sempre no mesmo caminho e modo de
romaria. Outros, tentam variar os caminhos e o modo, mas no mesmo sentido na romagem. Outros, ainda,
tudo abandonam, tornam-se “romeiros desencantados” de chegar a esse Poder
Superior e passam até mesmo a duvidar da existência desse Poder Amoroso.
Acredito, hoje, que nossa caminhada precisa ser num outro sentido. Nossa romaria deve ser na
direção da força e poder dessa Centelha Divina que habita nosso templo interior. Para chegar
cada vez mais perto dela preciso empreender uma romaria interior, santa e
libertadora, sem barganhas, sem manipulação ou auto engano, sem comparações, sem justificativas, com honestidade,
com bom humor, com generosidade...
E então, vamo-nos descobrindo
romeiros de nós mesmos! Romeiros humildes, que reconhecem precisar de força,
orientação e conforto nos momentos difíceis... E fortalecidos, já não suplicamos
por coisas, pessoas, situações... Até nos surpreendemos pensando: O que posso
Oferecer, livremente, sem trocas? Queremos compartilhar, estar juntos,
abraçando, acreditando, consolando... Dando testemunho da alegria e serenidade
dessa nova romaria.
Seremos novos romeiros
com a Aceitação de quem Confia e se Entrega
ao Amor e Sabedoria desse Poder Maior, agora tão próximo!
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