Cada um de
nós é único, especial e diferente em todos os sentidos. Cada um de nós é um
original de Deus!
Percebo, tão tardiamente, que cada
um que passa por mim deveria ser visto, em meu coração, como um delicado vaso
de cristal, mesmo quando disfarçado e protegido por “vestes” grossas, feias,
agressivas... Digo para mim mesma: Cuidado! Não os olhe com desprezo, raiva,
irritação... Eles já nos chegam
trincados, rachados, remendados... do jeito que conseguem e podem. Cada um traz um abismo de mistérios, ainda
insondáveis, inconscientes... Trazem grandes e infinitos medos, defesas inatas,
reações aprendidas, cicatrizes escondidas de dores jamais curadas...
Na multidão( na Família, Escola,
Igrejas... no Mundo), cada um de nós passa desapercebido, perdido, anônimo...
Somos percebidos, apenas superficialmente, por rótulos familiares ou sociais,
de acordo com idade, gênero, nacionalidade, personalidade, utilidade...
Preciso lembrar e atentar que cada
um tem uma história antiga, tão antiga que se perde na memória de tempos e
vidas, desconhecida de mim e até deles
mesmos. Atrás de suas máscaras, de sua fala, de seu riso ou choro, atrás de sua agressividade ou gentileza, o que
existe? Que defeitos ou qualidades os movem? Quem é aquele que me assusta e enraivece por
suas maldades, fraquezas, falsidades, agressividade...? Quem é o que me irrita e frustra por não entendê-lo,
realmente? Quem é aquele que admiro, que tanto me encanta? Quem é cada um que
tanto amo e não quero perder?
Alguém já perguntou, chamando-nos a um olhar mais profundo:
Quem é meu pai? Quem é minha mãe? E também me pergunto: Quem é o mocinho? E o
bandido? Quem são meus filhos? De onde todos veem? Que bagagem eles trazem?
Eu não sei! Mas estou descobrindo que preciso de um olhar
mais cuidadoso e interessado por tudo que desconheço. Cuidado, com honestidade
e firmeza, ao falar-lhes ou a tocá-los! Preciso lembrar que são taças sagradas
que, mesmo com tantas rachaduras e defeitos, guardam uma Centelha Misteriosa de
Deus. Fico doída ao lembrar de tantos “
Cada Um” que passaram por minha vida e os vi, ou mesmo os amei, apenas de uma
forma muito superficial e rotulada. Perdi a oportunidade de vê-los e tratá-los
de modo mais atento, aberto, mais abrangente em tudo que representam – humanos
e sagrados- em sua complexidade única. Quero estar mais disponível e atenta com
aqueles que, muito próximos ou mesmo distantes, ainda hoje, passam de alguma
forma por minha vida.
Cada um de nós tem dons, grandezas divinas escondidas e desconhecidas até de nós mesmos. Cada um é
uma possibilidade sagrada, num eterno desabrochar.
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