O orgulho é a mais universal, alienante e perigosa das
nossas características “tortas”, porque ele engana os outros com máscaras de falsa
superioridade e ele nos conduz ao autoengano!
É ali que ele nos mantém aprisionados...
Sem noção
dele, comparamo-nos e nos sentimos sempre MAIS – mais especiais, mais
diferentes, mais merecedores, mais virtuosos, mais superiores, mais cultos,
mais inteligentes, mais espertos, mais injustiçados, mais incompreendidos... Mais - onde nos toca mais!
Ele nos torna mais disponíveis
para “ajudar”, para orientar, aconselhar, controlar... Faz-nos sentir mais
poderosos, generosos, virtuosos...
“Estou aqui para ajudar! Sei mais, tenho mais experiência!” “Mas tem que ser do meu jeito!”
Por outro lado, nosso orgulho nos impede, ou
dificulta, admitir quando precisamos de ajuda! Rejeitamos, tantas vezes, conselhos,
orientações, terapias, grupos... Desprezamos opiniões de quem “não entende quão
especial é o meu caso”! “Ajuda é para os fracos, para os
problemáticos”, “Pode deixar, eu sei o que faço!”, “ Eu cuido dos meus problemas”...
Nosso orgulho, nossa soberba, essa
visão distorcida de nós mesmos, nos leva a radicalizar, a não ouvir, a teimar,
a tentar convencer ou a nos irritar, mesmo disfarçando, com as diferenças. Ele
nos mantém de mente e coração fechados a novas possibilidades. Talvez por isso seja considerado o primeiro e
principal desvio em nosso caminhar, um “pecado capital”.
Tantas e tantas vezes, fico
pensando em como podemos nos libertar desse auto engano, dessa característica
distorcida que trazemos desde sempre, uns mais e outros menos. Acredito que
tudo começa no “dar- me conta”, em reconhecer alguns aspectos do orgulho em mim
mesma, reconhecer essas nuances da soberba em meu pensar, sentir e agir. A partir daí, “conversar” com meu ego
defensivo, que se convenceu que o orgulho nos exalta e protege
Venho tentando, hoje, não
confundir, e contaminar, a natural alegria e admiração pelas vitórias nossas e
dos nossos com o orgulho por “sermos mais”.
Tento não me comparar e manter meu foco interno. Tento exercitar
minha escuta, sem julgar, sem
condenar, com abertura e empatia, sem reagir, sem tentar convencer... Tento
abrir- me para a possibilidade, “mesmo remota”, do outro estar certo (pelo
menos, para ele mesmo!
Nesse constante exercício, preciso de Presença
e Atenção cuidadosa com minhas crenças “subterrâneas e orgulhosas”, com meus pensamentos, sentimentos e atitudes.
Acredito na força libertadora da honestidade comigo mesma e na aceitação do que
estou descobrindo e conseguindo a cada momento. Jamais brigo comigo para não
interromper o processo! Paciência, bom humor, firmeza... Não quero desistir!
Quando lidar comigo e com meu orgulho se
mostrar ser muito difícil, eu me reporto ao 7º Passo dos Anônimos: “Humildemente, pedimos ao Poder Superior de
puro Amor que nos ajude a remover essas imperfeições” .
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