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domingo, 10 de janeiro de 2016

OUTRA VEZ, O NOSSO ORGULHO !




         O orgulho é a mais universal, alienante e perigosa das nossas características “tortas”, porque ele engana os outros com máscaras de falsa superioridade e ele nos conduz ao autoengano!  É ali que ele nos mantém aprisionados...

         Sem noção dele, comparamo-nos e nos sentimos sempre MAIS – mais especiais, mais diferentes, mais merecedores, mais virtuosos, mais superiores, mais cultos, mais inteligentes, mais espertos, mais injustiçados, mais incompreendidos... Mais - onde nos toca mais!  

Ele nos torna mais disponíveis para “ajudar”, para orientar, aconselhar, controlar... Faz-nos sentir mais poderosos, generosos, virtuosos...  “Estou aqui para ajudar! Sei mais, tenho mais experiência!”  “Mas tem que ser do meu jeito!”

 Por outro lado, nosso orgulho nos impede, ou dificulta, admitir quando precisamos de ajuda! Rejeitamos, tantas vezes, conselhos, orientações, terapias, grupos... Desprezamos opiniões de quem “não entende quão especial é o meu caso”!   “Ajuda é para os fracos, para os problemáticos”, “Pode deixar, eu sei o que faço!”,  “ Eu cuido dos meus problemas”...

Nosso orgulho, nossa soberba, essa visão distorcida de nós mesmos, nos leva a radicalizar, a não ouvir, a teimar, a tentar convencer ou a nos irritar, mesmo disfarçando, com as diferenças. Ele nos mantém de mente e coração fechados a novas possibilidades.  Talvez por isso seja considerado o primeiro e principal desvio em nosso caminhar, um “pecado capital”. 

Tantas e tantas vezes, fico pensando em como podemos nos libertar desse auto engano, dessa característica distorcida que trazemos desde sempre, uns mais e outros menos. Acredito que tudo começa no “dar- me conta”, em reconhecer alguns aspectos do orgulho em mim mesma, reconhecer essas nuances da soberba em meu pensar, sentir e agir.  A partir daí, “conversar” com meu ego defensivo, que se convenceu que o orgulho nos exalta e protege

Venho tentando, hoje, não confundir, e contaminar, a natural alegria e admiração pelas vitórias nossas e dos nossos com o orgulho por “sermos mais”.  Tento não me comparar e manter meu foco interno. Tento  exercitar  minha escuta,  sem julgar, sem condenar, com abertura e empatia, sem reagir, sem tentar convencer... Tento abrir- me para a possibilidade, “mesmo remota”, do outro estar certo (pelo menos, para ele mesmo!  

 Nesse constante exercício, preciso de Presença e Atenção cuidadosa com minhas crenças “subterrâneas e orgulhosas”,  com meus pensamentos, sentimentos e atitudes. Acredito na força libertadora da honestidade comigo mesma e na aceitação do que estou descobrindo e conseguindo a cada momento. Jamais brigo comigo para não interromper o processo! Paciência, bom humor, firmeza... Não quero desistir! Quando lidar comigo e com meu orgulho  se mostrar ser muito difícil, eu me reporto ao 7º Passo dos Anônimos: “Humildemente, pedimos ao Poder Superior de puro Amor que nos ajude a remover essas imperfeições” .

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