Todos, o tempo todo, fazemos escolhas. Nossas escolhas visam sempre a
“felicidade”, que buscamos nas coisas, nas pessoas, na tentativa de fugir das
perdas e do vazio, da falta de significado em nossas vidas. Fazemos, então,
escolhas para possuir, para controlar, para ter prazer... E escolhemos nos anestesiar de várias
maneiras (com químicos, comida, trabalho, diversões, adrenalina em desafios
radicais...), buscando sempre prazer, conforto, “sucesso” ou distração das
dores. Escolhemos com certo imediatismo,
com o foco de nossa atenção fora de nós mesmos, no mundo. E as consequências difíceis
de nossas escolhas, queremos creditar, também, ao mundo.
Toda escolha traz
consequências! É uma questão de causa e efeito.
Às vezes, tentamos nos eximir da responsabilidade de nossas escolhas,
acreditando que “não tínhamos escolha! É
um equívoco! Sempre temos a oportunidade de escolher, embora algumas opções nos
trouxessem consequências que nos pareciam impossíveis de suportar! E quando
fazemos escolhas que ferem muito nossa consciência, pagamos caro! O preço que
pagamos conosco mesmo é um arrependimento muito doloroso, que arrastamos pela
vida.... É o passado querendo sempre voltar e nos cobrar! Podemos e devemos nos
perdoar, mas, ainda assim, como dói! Como
nos assusta a nossa fraqueza humana! E então, muitas vezes, tentamos justificar escolhas “erradas”, de
consequências dolorosas, acusando os
Outros, o Azar, a Vida...
Enquanto continuar a
“olhar para fora”, não conseguirei admitir minha responsabilidade em minhas
escolhas. Preciso olhar “para dentro”, não fugir da minha realidade e tentar
entender minhas dificuldades, meus
medos, meus anseios, meus porquês... – por que preciso tanto “disso” ou dessa
pessoa? - por que não
consigo negar? Ou por que não consigo aceitar? - por que faço essa escolha? O
que busco? Do que fujo? Por que...Entender cada vez mais meus motivos, ajuda-me
a estar mais próxima de mim, a aceitar melhor as consequências de minhas
escolhas e a estar mais lúcida e preparada para cada momento de novas e
infindáveis escolhas.
Não somos responsáveis
pelas escolhas dos outros! Mesmo quando
as consequências de nossos atos os atingem e fazem sofrer, ainda assim, não
somos responsáveis pelo modo como escolhem reagir àquelas situações. Só podemos
nos arrepender de nossas escolhas e atos, acolher a dor que causamos, sofrer
com ela, tentar ser melhor, fazer melhor...
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