Poucas
coisas têm o poder de nos desestabilizar tanto como as situações
imprevistas. Sentimo-nos mais
confortáveis para lidar com a previsibilidade dos fatos em nossa vida.
Reclamamos do tédio das rotinas, mas sentimo-nos mais seguros com o conhecido, mais preparados para agir nas dificuldades
previstas ou mais prontos para desfrutar , e até antegozar, o que de bom o dia
nos traz.
Ao contrário, os imprevistos parecem
nos dar uma “rasteira”, tirar nosso chão. Mesmo fatos inesperados prazerosos
nos levam a ficar, a princípio, sem ação. Sá aos poucos conseguimos
analisar ou curtir melhor toda a situação.
Mas são esses imprevistos,
principalmente os desagradáveis e frustrantes, que nos convocam à “dançar”, a buscar
um jogo de cintura para lidar com a vida. Eles nos tiram da inércia do
conhecido, das atitudes condicionadas e das respostas repetidas. Não esperam
nossas lástimas e irritações e nos
convocam a sermos criativos na busca de novas opções para nossos momentos, para sempre seguirmos em frente.
Alguns imprevistos em nossas vidas são
tão drásticos e dolorosos e nos impactam de tal modo, que necessitamos de mais
têmpera e tempo para prosseguirmos.
Quebram nossas certezas, nossas pretensões, nossos sonhos mais caros, nossa
lógica racional... Eles acabam por redirecionar nossas vidas, nosso caminhar, nossas
prioridades... tudo que em nós estava “previsto”, tudo que mantinha nosso
cotidiano sempre igual.
Embora “desconfortáveis”, os
imprevistos de cada momento fazem parte
do próprio movimento da vida. Eles nos convocam e preparam para sermos mais
flexíveis, mais criativos, mais humildes e mais simples... Para estarmos prontos ou mais preparados,
para as chamadas da vida.
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