Músicas
suaves, lugares bonitos, brisa leve, dias luminosos, noites estreladas... O
amor parece estar no ar! Nesses momentos
assim trazidos, somos avassalados pelas lembranças mais românticas... E elas
nos chegam, enquadradas pela beleza idealizada com que as pintamos. Nesse sentir nostálgico, parece que tudo era
doçura, ternura, deslumbramento... Tudo, também, temperado com um pouco de medo
da perda, com a ansiedade pelo desejo e pela espera do encontro.
Amor romântico é assim! Amor
docemente exaltado, quando nos perdemos na emoção, na entrega de coração ao
Outro, sempre perfeito e idealizado. Amor romântico não é realista, nem tem a
agressividade das paixões. Tudo então parece ter um brilho especial, um clima
de irrealidade – os olhares, os toques leves, as palavras sussurradas... É o
amor dos sonhos, do ideal, da fantasia, das projeções heroicas e míticas que
fazemos, que necessitamos fazer. É o
amor dos cavaleiros e das damas, dos príncipes e das princesas. É o amor
elegante, onde os amantes se vêm bonitos, bons, generosos, verdadeiros... É o
amor que privilegia o belo, a beleza, os valores e os sentimentos mais nobres.
Quando entregues a esse amor romântico, estamos também num estado de inocência...
e podemos até acreditar! Caminhamos nas nuvens e acreditamos, então, que
seremos “felizes para sempre”.
Em tempos tão prosaicos, práticos,
materialistas, competitivos, de paixões exacerbadas e cada vez mais fugazes,
essas lembranças românticas podem nos parecer distantes, tolas, “fora de moda”...
Talvez delas só guardemos a zanga, a decepção ou amargor triste de uma
realidade doída, quando tudo se acabou.
Mas, quando o gatilho de uma música nos atira a esse passado , nos
perguntamos: Como era mesmo? Como foi mesmo? Sentimos aquela agonia de quando
acordamos de um sonho que estava bom e lutamos para segurá-lo em nossa
lembrança, antes que se esfumace, antes que a música se acabe, antes que o
momento passe...
Não podemos viver no passado, nem só de lembranças, mas como
algumas dessas lembranças nos fazem falta!...
Acredito que buscamos em filmes, novelas, livros, em ficções românticas,
um pouco desse amor bonito, elegante, generoso... O amor que nos empolgava, quando
dávamos e esperávamos o melhor uns dos outros... E isso era muito bom!
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