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domingo, 25 de setembro de 2016

UM HERÓI GENTIL




           Os mitos e símbolos que “adoramos” são ecos , reverberações, da Luz Original de onde viemos e que trazemos, mesmo que ainda bastante oculta. Esses mitos nos atraem, nutrem e nos orientam na caminhada em busca da Plenitude Sagrada.  Os Homens sempre  amaram seus mitos e tentaram concretizá-los, humanizá-los, torná-los mais próximos e possíveis. Esses heróis míticos são encontrados em lendas, histórias fantásticas e milagrosas, personificadas por heróis, por santos...  Pessoas especiais porque expressaram e viveram os valores mais sagrados e espirituais: Verdade, Justiça, Compaixão, Coragem, Gentileza Generosidade...  Amor, enfim.  Como pessoas ou personagens, eles tornam-se mais próximos a nós e nos satisfazem essa “fome” do Sagrado, do Bem e do Melhor.  Criado e alimentado em nosso imaginário, um Herói Gentil é um eterno defensor do Bem. É o protetor amoroso dos pequenos, dos pais, dos filhos...  É o leal amigo, companheiro, amante... É forte, resiste aos maus, protege os fracos, sem lutar contra, sem agredir, sem desistir...

            Esse é o mito do Herói Gentil!  Às vezes, o encontramos numa história corriqueira, numa ficção de cinema, livro ou Tv, símbolo mítico disfarçado de um simples personagem, mas que nos nutre com os valores maravilhosos pelos quais tanto ansiamos. 

            Em tempos tão feios, tão cínicos e agressivos, tão desumanos... Em tempos onde as mídias velozes e ferozes só nos trazem os avanços e justificativas para o mal... Tempos onde os mitos e símbolos do Bem são ridicularizados e se tornam tão distantes.  Tempos de valorização de anti-heróis, onde mitos de nações, instituições e de homens se esboroam, desmascaram, caem...  Nesses tempos, nos apegamos ao conforto e à delícia de, mesmo que através da ficção, usufruirmos e cultivarmos a esperança de viver o Bem e o Amor.

            De repente, no entanto, o horror e a dor que acompanham as perdas inesperadas!  A Natureza retomou nosso Herói Gentil!  Ficamos presos a uma comoção intensa, que até nos confundiu! Não sabíamos explicar porque tanto abalo e dor, maior do que normalmente sentiríamos! Só aos poucos vamos entendendo que essa dor ia além da perda de uma pessoa tão querida, que encarnava aquele mito heroico. Era uma dor pela perda daquele que saciava nossa sede simbólica e inconsciente dos valores do Herói. É importante entendermos nossos porquês! 

            Perdemos nosso Herói Gentil, mas somente o herói na realidade física. O Mito, que aquele personagem tão bem nos traduziu e encarnou, continua vivo em nosso inconsciente e cada vez mais procurado de forma consciente. Ele habita em nosso imaginário mais sagrado, nutre nossos sonhos e anseios e nos impulsiona  na caminhada para a Luz.

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