Máscaras
disfarçam e/ou escondem o que não temos coragem de revelar. Máscaras servem
para fingir o que ainda não conseguimos ser. Elas servem para esconder nossa
humanidade desnuda, envergonhada, humilhada por não sermos, ainda, tudo que o
mundo queria que fôssemos ou que nós mesmos queríamos ser. Elas são fruto de desejos
que geraram expectativas irreais, idealizadas... em nós, simples pessoas reais.
Com elas nos defendemos e nos disfarçamos,
criando nossas próprias coleções de máscaras. Podem ser coloridas e “leves” ou
escurecidas e pesadas, mas todas funcionam como “máscaras de ferro” que,
através da “educação para adaptação”, aos poucos foram sendo ensinadas,
aprendidas e nos aprisionaram. O uso contínuo dessa “maquiagem” tem um custo
muito alto para nós. Sufocamos emoções, sentimentos, anseios, ideias... Nossas
comunicações ficaram truncadas e distorcidas... Não conseguimos Ser e muito
menos Estar de forma mais inteira, espontânea e saborosa!
Ainda assim, o medo de revelarmos
quem somos realmente, em cada situação,
é maior. É o medo da desvalorização e do desamor! Minhas máscaras sorridentes,
agressivas, chorosas, esnobes... escondem emoções e sentimentos considerados
“não adequados” ao momento! Uso também máscaras de força, agressividade,
valentia... ou de indiferença, superioridade, arrogância...para esconder medo, ciúme,
insegurança, desconfiança, para esconder medo de abandono, de ser preterida,
desprezada, de perder valor e poder... Uso todas elas para manipular, para
segurar os meus apegos, para enganar e submeter, para ter poder, para não
perder... Com elas, disfarço meus defeitos, minhas más intenções, mesmo quando
usados para o “bem”!
Atrás delas também fica muitas
vezes, retido e escondido, o melhor de nós mesmos. Amordaçados por crenças e
jogos de poder, pelo medo de não sermos na mesma medida amados, entendidos e
valorizados, escondemos muitas vezes os nossos melhores sentimentos de ternura,
compaixão, justiça, alegria, sinceridade... as faces do nosso amor. Escondemos, assim, a
beleza de nossa Luz Interior.
Máscaras dão pistas falsas de quem somos, do que queremos, do
que podemos. Escondem o que nos aprisiona
e não deixam brilhar o que pode nos libertar. Viver e crescer, é um contínuo processo
de desabrochar, onde vamos deixando cair camadas de alguém que não somos, para
poder conhecer e revelar quem somos. Irmos libertando o que se esconde detrás
das nossas máscaras, mesmo que um pouquinho de cada vez, mesmo que primeiro só
para nós mesmos, escondido do mundo, nos leva a um maravilhoso sentimento de
liberdade que vai nos impulsionando a
ousar cada vez mais, a afirmar e revelar quem somos, quem podemos ser, quem
queremos ser... É isso! Atrás de minhas
máscaras estou Eu, uma realidade humana e o potencial sagrado dessa criatura
única de Deus.
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