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terça-feira, 25 de outubro de 2016

VESTÍGIOS E MARCAS QUE FICARAM...




          Cada uma de nossas relações foi única. Foram únicos, bons ou maus, os momentos que vivenciamos juntos – Eu e o Outro.  Deles, ficaram vestígios...  Pequenos detalhes ou intensos traços  do nosso passado, do que se passou, de quem por nós passou.  Por onde passamos, nas relações que estabelecemos, vamos deixando vestígios de nós mesmos nestes encontros e carregando conosco as marcas indeléveis do outro. É uma “liga” única, que resulta do encontro de nossas unicidades, num determinado tempo, em determinadas circunstâncias. Boa ou má, nunca haverá nada igual.

Vestígios são marcas e lembranças. Eles não morrem, não acabam, nem com o poderoso tempo. Ficam escondidos, disfarçados, mas somos, às vezes, confrontados com lembranças e então as marcas gritam e se revelam. Tropeçamos no passado com o Outro de modo concreto, físico, através de objetos, sons, lugares, cheiros, gostos... Tropeçamos com pessoas que nos remetem àquela outra... Tropeçamos com situações que nos trazem de novo risos, choros, raivas... Na verdade, estamos impregnados do Outro, dos muitos outros de nossos encontros únicos.  Eles passaram, mas deixaram vestígios, maravilhosos ou ruins, de sua passagem em nós, em nossas vidas! 

            Vale refletir: que vestígios dessas relações, eternos, ainda encontramos em nosso caminhar ?  E que marcas ficaram? Elas trazem um sabor doce ou ainda conseguem machucar?  São ainda muito presentes, atuantes, influenciando nossas escolhas? Esses vestígios se traduzem hoje em saudade, experiência e sabedoria ou nos aprisionam no medo, ódio, ressentimento, saudade e amargura?  

            Sou responsável pelo modo como alimento ou retroalimento esses vestígios do passado em mim. Eles fazem parte do que sou e da pessoa que estou construindo a cada momento. Que esses vestígios sejam apenas lembranças, cada vez mais distantes, que flutuam em meu emocional, levando-me de roldão pela saudade, pela alegria ou pela dor pungente de um passado que insiste em reviver ao me confrontar em determinados momentos. E um cuidado especial com as marcas em mim deixadas. Não quero negá-las nem tampouco  deixar-me aprisionar por elas. Quero reconhecê-las, acolhê-las, aceitá-las, retirar delas entendimento, crescimento, para minha maior libertação.

Meus parceiros nessas danças e contra danças únicas foram meus pais, meus filhos, meus amores, amigos... Cada um foi absolutamente único para mim. Uns foram parceiros muito queridos, marcantes e especiais, outros foram bastante desafiantes, outros ainda apenas passageiros... Mas, desses parceiros únicos, preciso reconhecer a importância em minha vida. Fazendo-me rir ou chorar, trazendo amor ou desafio, eles deixaram suas marcas na construção da pessoa que sou e por tudo isso eu tenho que lhes ter gratidão.


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