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domingo, 4 de dezembro de 2016

UNIDADE II




         Somos criaturas únicas, mas pertencentes a uma Unidade Maior, Primordial, Original, de Puro Amor! Talvez por isso, numa memória atávica e inconsciente, temos uma necessidade gostosa de nos sentirmos unidos, próximos...  Próximos, embora guardando  nossas individualidades, nossa unicidade. Próximos, buscando o pertencimento, o sentido de pertencer, de estar dentro, de não estar sozinhos; buscando formar outras unidades, baseadas em nossa identidade de propósitos, em nossas ligações afetivas, em ideologias - religiosas, políticas, sociais, nacionais... Assim, existem várias pertenças e busca de unidade nos diferentes grupos humanos. O que nos une é a “lembrança” de nossa Pertença Original Amorosa, mas somos “partidos” e repartidos por nossa mente racional.

            Os grupos humanos, no mundo, se formam e buscam manter sua força e unidade, baseados em anseios afins e procuram se  apoiar na uniformidade desses anseios. Mas não podemos insistir na tentativa de uniformizar as pessoas! Desde sempre somos levados a usar uniformes de todo tipo, vestir camisas, aceitar rótulos, que mais facilmente possam nos tanger e cercar em nossas unidades grupais. Somos tangidos por forças materiais: Força física, força do poder, do dinheiro, das armas... Ou pela supremacia da força do saber intelectual/racional, da inteligência, das ideologias...  Essas Unidades se mantêm pela força, pelas lutas  e disputas, defendendo e atacando outros grupos, outras diferenças, outros diferentes, porque só acreditam na unidade pela uniformidade! Esses grupos crescem, se expandem, explodem, tendem a criar facções internas, implodem e se enfraquecem, num rodízio interminável e doloroso de luta pelo poder.  Assim também, mesmo nos grupos que acreditam que se unem pelo amor, grupos familiares, religiosos..., a Unidade, mantida pela força do sangue e crenças, forçadas à uniformidade, fica empobrecida e acaba por se quebrar em lutas, desencontros, mágoas... É o que acontece quando tentamos uniformizar pessoas, pensamentos e sentimentos.

            Enquanto permanecermos em grupos apenas unidos nesse patamar físico, racional, egóico não conseguiremos a Unidade pela qual tanto ansiamos. Essa é a Unidade da boa pertença, que nos aproxima naturalmente através de um bom e generoso propósito, para crescermos espiritualmente e nos sentirmos mais acolhidos e felizes. É a Unidade que respeita nossa diversidade e unicidade e, paradoxalmente, se apoia na igualdade de nossa humanidade e de nossa Origem Sagrada.   Essa Unidade amorosa, que pode nos nutrir, só pode ser alcançada por uma abordagem que está além do material e do racional. É uma abordagem que privilegia a aceitação das diferenças, a tolerância, a boa vontade, o respeito ao tempo       e espaço de cada um – é uma abordagem espiritual!

            Em tempos tão difíceis, onde a luta se nos impõe em todos os momentos, podemos aprender com a sabedoria dos Anônimos quando sugerem que, quando estivermos juntos, em grupos, devemos ter atenção firme com nosso ego orgulhoso e prepotente, atenção com nosso personalismo e um  cuidado gentil, simples  e respeitoso uns com os outros. Só os princípios espirituais de Amor, Verdade, Respeito, Compaixão, Coragem, Solidariedade... , poderão nos nutrir e proteger essa especial e ansiada Unidade nos grupos por onde passamos.

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