Somos criaturas
únicas, mas pertencentes a uma Unidade Maior, Primordial, Original, de Puro
Amor! Talvez por isso, numa memória atávica e inconsciente, temos uma
necessidade gostosa de nos sentirmos unidos, próximos... Próximos, embora guardando nossas individualidades, nossa unicidade. Próximos,
buscando o pertencimento, o sentido de pertencer, de estar dentro, de não estar
sozinhos; buscando formar outras unidades, baseadas em nossa identidade de
propósitos, em nossas ligações afetivas, em ideologias - religiosas, políticas,
sociais, nacionais... Assim, existem várias pertenças e busca de unidade nos
diferentes grupos humanos. O que nos une é a “lembrança” de nossa Pertença
Original Amorosa, mas somos “partidos” e repartidos por nossa mente racional.
Os grupos humanos, no mundo, se
formam e buscam manter sua força e unidade, baseados em anseios afins e
procuram se apoiar na uniformidade
desses anseios. Mas não podemos insistir na tentativa de uniformizar as
pessoas! Desde sempre somos levados a usar uniformes de todo tipo, vestir
camisas, aceitar rótulos, que mais facilmente possam nos tanger e cercar em
nossas unidades grupais. Somos tangidos por forças materiais: Força física,
força do poder, do dinheiro, das armas... Ou pela supremacia da força do saber
intelectual/racional, da inteligência, das ideologias... Essas Unidades se mantêm pela força, pelas
lutas e disputas, defendendo e atacando
outros grupos, outras diferenças, outros diferentes, porque só acreditam na
unidade pela uniformidade! Esses grupos crescem, se expandem, explodem, tendem
a criar facções internas, implodem e se enfraquecem, num rodízio interminável e
doloroso de luta pelo poder. Assim
também, mesmo nos grupos que acreditam que se unem pelo amor, grupos familiares,
religiosos..., a Unidade, mantida pela força do sangue e crenças, forçadas à
uniformidade, fica empobrecida e acaba por se quebrar em lutas, desencontros,
mágoas... É o que acontece quando tentamos uniformizar pessoas, pensamentos e
sentimentos.
Enquanto permanecermos em grupos
apenas unidos nesse patamar físico, racional, egóico não conseguiremos a Unidade
pela qual tanto ansiamos. Essa é a Unidade da boa pertença, que nos aproxima
naturalmente através de um bom e generoso propósito, para crescermos
espiritualmente e nos sentirmos mais acolhidos e felizes. É a Unidade que
respeita nossa diversidade e unicidade e, paradoxalmente, se apoia na igualdade
de nossa humanidade e de nossa Origem Sagrada.
Essa Unidade amorosa, que pode nos nutrir, só pode ser alcançada por uma
abordagem que está além do material e do racional. É uma abordagem que
privilegia a aceitação das diferenças, a tolerância, a boa vontade, o respeito
ao tempo e espaço de cada um – é
uma abordagem espiritual!
Em tempos tão difíceis, onde a luta
se nos impõe em todos os momentos, podemos aprender com a sabedoria dos
Anônimos quando sugerem que, quando estivermos juntos, em grupos, devemos ter atenção
firme com nosso ego orgulhoso e prepotente, atenção com nosso personalismo e um
cuidado gentil, simples e respeitoso uns com os outros. Só os
princípios espirituais de Amor, Verdade, Respeito, Compaixão, Coragem,
Solidariedade... , poderão nos nutrir e proteger essa especial e ansiada
Unidade nos grupos por onde passamos.
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