Pesquisar este blog

sábado, 13 de janeiro de 2018

TANTO AMOR DESPERDIÇADO...



         Às vezes, nos pegamos pensando... Que pena! Era um amor tão bonito! A vida era tão maravilhosa! E havia a promessa de que seríamos felizes assim, para sempre... O que houve com esse Amor?
         Aos poucos, devagarinho, sem que sequer pudéssemos perceber, tudo foi modificando-se, perdendo a magia, o brilho, o frescor e, como uma flor, foi murchando... Confusa, sem entender, ficava zangada, magoada, com o Outro, que falhara e queimara meu sonho. Hoje, com a perspectiva do tempo e das perdas, tento analisar de forma mais isenta o processo doloroso do desamor que nos afasta...
          Acredito que, desde o início, esse “sonho de amor”, vivido em “lindos palácios” criados por nossa imaginação, era instável, sujeito a desmoronar, porque se baseava em fantasias. Para nos atrairmos, para seduzirmos um ao outro, nos manipulamos, nos colorimos, nos maquiamos, para muito além do que éramos...   Criamos, assim, expectativas irreais que nos mantinham ansiosos, lutando para que  nossos sonhos se mantivessem vivos e reais.    Acreditávamos que possuíamos aquele que amávamos e para ele seríamos para sempre sedutores, teríamos paciência, boa vontade, generosidade, compreensão, tolerância, que respeitaríamos seus valores e a sua humanidade... mas esquecemos de ver e dizer que tudo isso estaria condicionado a recebermos do Outro tudo na mesma proporção!
           Foi assim o início da comparação, da competição... Quem era o melhor? Mas vieram as desilusões, as pequenas e constantes desilusões, porque ideais são ideais, mas pessoas são pessoas... Os sonhos foram se transformando lentamente, dia a dia, envenenados pela mágoa, pelos queixumes, pela impaciência e irritação, pela raiva, pelas acusações e cobranças, pelos confrontos...  Por que o Outro estava traindo nosso ideal?
           Sentíamo-nos desconfiados, inseguros... A  relação já então foi ficando envenenada pelo mau humor, pelas reações agressivas, pela implicância, pelas ironias que humilham, pelo desrespeito aos valores do Outro... Cada um se sentindo ultrajado e traído, fechando-se na mente e no coração. Já não havia possibilidade de uma comunicação pacífica em busca de um acerto.  Apenas persistia  viva  a luta, a competição ..Já agora, quem era o pior?. Finalmente, cansados e desiludidos, acabam por desistir daquele Amor, já sem sal e sem doçura, murcho e amargo. Abandonam o campo de batalha ou abandonam-se, embora muitas vezes permaneçam juntos, “como pedras, que choram sozinhas no mesmo lugar.” Que pena! Quanto amor desperdiçado...
          Às vezes iniciamos uma nova relação de amor, mas se estivermos baseados nos mesmos pressupostos, é apenas uma questão de tempo para tudo se repetir e, mais uma vez, sofrermos com a agonia do fim do amor. Sem entendermos, amargurados, acaba sobrevindo em nós a descrença nas pessoas e no amor.
          Seremos condenados a uma solidão afetiva escolhida ou  finalmente escolheremos ver nossa relação amorosa com pessoas reais,  crenças realistas, honestidade e  respeito mútuo?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Se preferir, envie também e-mail para mariatude@gmail.com

Obrigada por sua participação.