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domingo, 25 de fevereiro de 2018

A ESPERANÇA DE DIAS MELHORES




        Assim como o ar, que permite a sobrevivência de nosso corpo, a Esperança é o que nos impulsiona para Vida. Ela é uma promessa de luz em meio às trevas que tantas vezes parecem nos aprisionar em situações de agonia e horror. Ela mantém, ou é mantida, pela Fé, pela certeza de que a Origem Sagrada de tudo e todos certamente nos encaminha para o florescimento de dias melhores. 

        A Esperança é que nutre minha alma carente de alegria. É ela que me levanta quando tropeço e caio, quando tudo parece ser escombros dos meus sonhos e anseios, quando o medo das perdas me sufoca, quando desanimo e desacredito... Ela, então, me envolve como música suave, mas insistente, que me levanta em meio à gritaria das maldades e desvios humanos, às dores maiores que me torturam. Ela se apoia na Verdade Maior que, não importa de que forma ou quão devagar, nós caminhamos, inexoravelmente, para a Luz! 

        Estou aprendendo a acolher, a lidar e a valorizar a Esperança em mim. Como criança impaciente, só  conhecia a expectativa apressada e insistente de ver realizados meus desejos, meus sonhos, de ver espantadas as ameaças piores, de ver concretizados meus mitos e heróis, minhas ilusões... Não importava quanto fossem idealizadas, desconectadas das minhas possibilidades reais, e das dos outros. Misturava Esperança com expectativa e, quanto mais me desiludia, mais deixava morrer a Esperança, mais mergulhava num  pessimismo amargo, magoado, escuro, cínico, sem perspectiva, raivoso, rancoroso...

         Já nada, nem ninguém, servia! Perdera a fé na vida e nas pessoas e iniciara uma cruzada contra a Esperança, buscando sempre o pior em todos e nas situações e destruindo sonhos e crenças, em pessoas ou dias melhores. Buscando também reforço em outros desesperançados, negava a mim e aos outros, qualquer possibilidade de mudança e melhoria.  Outras vezes, ao contrário, me apegava aos sonhos desfeitos, negando a realidade que não queria aceitar, tornando-me patético arauto e defensor do absurdo.

       Hoje descubro que caminhar atentos à Realidade do que somos e podemos, não significa negar a Esperança de ver pessoas e dias melhores. O Bem e o Mal se misturam nos homens, a Alegria e a Dor estão em nossos caminhos. Atentos e cuidadosos com a realidade possível nesse terreno minado e lamacento onde fomos chamados a caminhar, torna-se importante analisar, com coração e mente abertos, os sinais de lugares mais firmes onde pisar e as companhias mais seguras a escolher. Hoje penso: Cuidado para não vender aos outros, e aos mais jovens, nossas descrenças e desesperanças.

         Em Família, nas Igrejas, nas Comunidades grandes ou próximas, não quero caçar e destruir mitos. Tampouco quero criá-los, porque nossa humanidade ainda é muito frágil e vacilante... Mas não quero destruir, principalmente, minha Fé, minha Esperança de que, um dia de cada vez, avançaremos para o Respeito, a Compaixão, a Justiça, a Verdade...  Preciso me lembrar a todo instante que a Esperança é Serena, Calma, sem pressa, sem expectativa... Ela caminha com respeito à Realidade possível, mas nos traz certeza  que existe algo Maior e Melhor a nos aguardar.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

EM BUSCA DA QUIETUDE




           Pensamento sempre adiante, correndo, planejando, prevendo possibilidades boas/más/péssimas ...   Correria, ansiedade, cansaço... “tenho que, tenho que”!      Ou correndo para trás, relembrando, rememorando alegrias passadas, remoendo situações difíceis, os ditos, não ditos, mágoas, raivas, desilusões, frustrações, vergonhas, culpas, tristezas... “Tinha que, poderia, deveria...” -      INQUIETUDE !

           Preciso e quero parar! Meu corpo, sob o comando da mente disparada, das emoções tumultuadas, está cansado, confuso. Mas meu pensamento, teimoso, insiste em não parar, em continuar... Tento silenciá-lo, mas ele me escapa e foge para o antes ou para o depois. Tento distraí-lo, mas ele se transforma na minha distração! Tento não ligar para ele, ignorá-lo, mas ele insiste de várias formas e eu acabo por desistir e me entrego à Inquietude, que já se tornou um modo de ser, já tomou conta do meu Ser! 

            E agora? Como me paro? Quero apenas Ser/Estar quieta, tranquila, serena - naturalmente ou mesmo por alguns momentos!  O mundo exterior, que  treinou esse meu pensar, sentir e fazer, me chama, mas em algum lugar dentro de mim existe, eu sei, uma dimensão de Silêncio e Quietude. Como acessá-la e, através dela, aquietar meus pensamentos, minhas emoções e meu corpo? Talvez valha fazer o caminho inverso – parar ou acalmar meu corpo para favorecer o tranquilizar de meus pensamentos e emoções!

            “Mantenha-se Simples”  Em Silêncio, Quieta, começarei a Observar, com aceitação, sem crítica, minhas outras dimensões tão confusas. Em Silêncio, com Serenidade, estarei desfrutando dessa Quietude, que me faz ver com Verdade o meu mundo interior, e da força transformadora que advém dessa dimensão.

            Preciso tentar com insistência, calma, suavidade e paciência. Afinal, levamos uma vida inteira nesse ritmo mundano, alucinante, corrido, com necessidades materiais e psicológicas cada vez mais prementes e assim nos vimos estressados, presos a um carrossel disparado, desconectados de nosso centro original, Silente e Sereno.

             Talvez precisemos do resto de nossas vidas para ir desacelerando – no andar, no falar, no respirar, no comparar, no desejar, no ansiar, no pensar...  Para a busca Tranquila, sem luta, um momento de cada vez, persistente e paciente, de uma conexão com nossa Dimensão Silenciosa.  Os passos que permitem a travessia de mim mesma, precisam ser orientados pela Quietude Serena Honesta e Generosa dessa dimensão. Só assim poderei ter um Despertar Espiritual e desfrutar de serenidade, força, clareza. orientação, alegria... para viver com mais plenitude e inteireza. 

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

POR QUE FUJO TANTO ASSIM ?




         Não gosto de admitir (nem mesmo para mim), o quanto fujo de mim. Fujo das minhas dores e medos e abraço qualquer oportunidade de prazer que me traga uma eventual alegria, conforto, distração...

Fujo das lembranças que me machucam, fujo da incerteza de um futuro que eu crio sombrio, fujo por não querer encarar desafios da minha realidade presente. O que caracteriza essas fugas é a minha não aceitação e o não enfrentamento das minhas questões, a minha tentativa de negá-las e substituí-las pela busca exagerada de distrações, que me ajudem a escapar das dores e dificuldades.

Fujo da insatisfação comigo mesma em minhas performances nas relações, criando uma falsa imagem mais heroica, mais racional, através de pequenas mentiras, omissões e distorções, ou então procuro desvalorizar o outro.

Fujo do medo da solidão me submetendo, e aos meus valores e meus desejos, à pessoas em relações que não me trazem amor, valorização e alegria, só me fazem companhia!

Fujo da frustração pelo que não tenho, invejando, ridicularizando ou criticando aqueles que têm ou ao mau uso que fazem de seus haveres.

Fujo da falta de sexo com gozo e gosto em minhas relações, através da busca incessante de sexo vazio e erotismo exacerbado ou pela negação “virtuosa e religiosa” dessa “imoralidade”.

Fujo da raiva que me invade ante situações de impotência ou pelo  o medo de me afirmar, acusando os outros por suas agressões e invasões, que são, afinal, consentidas por mim!

Fujo do medo ou da preguiça  de assumir minhas responsabilidades e atitudes comigo mesma, com a Família, com a Comunidade, com o País... embriagando-me com falsa e exagerada euforia em grandes e continuadas festas, shows, carnavais, baladas...

Fujo das pequenas ou grandes insatisfações, que roubam a graça e o sentido da minha vida, anestesiando-me com o abuso de coisas prazerosas que o mundo exterior me oferece: dinheiro, poder, status, comida, viagens, igrejas, TV, celulares... Ou através dos químicos, lícitos ou ilícitos, que rapidamente me trazem euforia, “alegria”, “coragem”, “brilhantismo”, esquecimento, enfim, do que sou, do que posso...   Fujo, fujo, de tantas outras formas, de tantos aspectos de mim......  Mas, até quando continuarei fugindo, “gastando” vida, mantendo-me distante das melhores possibilidades da incrível pessoa única que Sou?

          Somente quando parar de fugir para poder olhar com carinho e honestidade para mim e minhas questões, poderei descobrir o quanto de força, coragem, criatividade, alegria... existem em mim! E toda essa herança de Luz, tão guardada, escondida, esquecida, poderá afastar os fantasmas que tanto temo e de que tanto fujo!

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

AUTO PIEDADE




        Momentos de auto piedade, momentos de tristeza, “ inconformação”, mágoa, irritação, raiva, ressentimento, vitimação...   Por que tudo isso? Por que tanto, meu Deus? É demais!  Eu não queria...  Eu não merecia...

        Cheia de auto piedade, eu ainda luto para mudar tudo conforme o meu desejo. Eu ainda espero, eu tenho pressa para ver mudanças nos outros e no mundo! Fico extremamente crítica com a vida, comigo mesma, com tudo e todos. Olho para atrás, para as perdas, os erros, para minhas culpas e arrependimentos... e tenho pena do que fui e do que me fizeram sofrer! Tudo me incomoda, os sonhos e desejos frustrados de um mundo que tanto desejei “perfeito”. Sinto-me deprimida e fico depressiva em minhas relações. Sinto-me, assim, cada vez mais pessimista em todas as minhas avaliações. Nada tem, ou terá, a solução que eu queria... Ninguém é, ou será, como eu desejava e precisava, ninguém me entende, ninguém me ama... Tenho “pena” de mim!  Acredito que “auto piedade é melhor do que nenhuma”! Remoendo esses pensamentos e percepções negativas, tudo me parece doloroso e soturno...

          Mas somos seres espirituais, com origem na Luz! Fico, então, num impasse! Não posso me deixar paralisar nessa escuridão melancólica e chorosa.  Anseio por Luz, “ar fresco”, leveza, sorrisos... Anseio por uma sintonia melhor!   Planto um sorriso no rosto, mesmo forçado, só para relaxar essa máscara depressiva que me aprisiona. Relaxo o corpo ao som de  uma música alegre, para ajudar a soltar a mente. Volto meu olhar interior para a Luz de Deus, Luz que pode me fortalecer e libertar dessa agonia. E me entrego a Ela, e converso com Ela.  Busco ouvir agora uma música doce e suave, que me transmite serenidade, que me comove e possa me conduzir a um novo estado interior, a uma ação positiva e criativa.

         Sei que sou ouvida e “perdoada” por minhas carências, por minhas infantilidades chorosas e zangadas, pela minha necessidade de um “colo amoroso”, que esse mundo ainda não pode me dar. Apaziguada, vou transformando auto piedade magoada e raivosa, em aceitação e compaixão pela minha humanidade e meu momento. Sinto que, apoiada na Luz de minha origem sagrada, vou superando visões equivocadas e pensamentos distorcidos. E esse mundo tão escuro e feio, começa a se mostrar também doce, bonito e que vale a pena viver suas possibilidades.

          Momentos de auto piedade acontecem, mas passam! Atenção para que não se estabeleçam!

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

TEMPOS DE TRANSIÇÃO




           Transições fazem parte do eterno movimento de evolução da vida. Nascemos e crescemos num mundo de força e poder. Mundo dos  que dominam e dos que são dominados, dos que têm e dos que não têm, dos que podem e dos que não podem.. Nesse mundo ainda tão materialista, nosso ego nos escraviza à cobiça de mais dinheiro, mais bens, mais diplomas, mais tecnologias, mais luxo, mais luxúria, mais poder... Um mundo competitivo, agressivo, defensivo. Um mundo sem tranquilidade, ternura, beleza e alegria.
            Mas, a humanidade caminha e hoje vivemos, claramente, tempos de transição para patamares com valores diferentes e mais éticos. Transição ainda marcada pela luta e resistência do ego de cada um. Embora reconheçamos os direitos e necessidades dos mais fracos e oprimidos (pessoas, animais, natureza), quase sempre não nos dispusemos a abrir mão de nossos privilégios e poderes, nem nos doamos, realmente, para minimizar a dores do mundo. “ Nos” indignamos e gritamos que algo precisa ser feito, que alguém precisa mudar tudo isso, apontando sempre para fora!  Mas, julgando, criticando, brigando e responsabilizando pessoas e instituições, apenas aquietamos nossas consciências  e nada mudamos. Querer que poderosos e dominadores desistam de poder e privilégios é nos enganar, pregar no vazio, na utopia.  Insuflar revoltas nos mais fracos,  é apenas luta de ego contra ego...
            Nas relações humanas, em família e na sociedade, cada um de nós é unidade básica. Nada muda, senão mudarmos. Só com minha própria mudança poderei favorecer maiores mudanças nos sistemas dos quais faço parte. É preciso assumir com, responsabilidade e humildade, a minha parte no processo da família e de outros grupos, em quaisquer questões e situações e deixar a prepotência e arrogância tola de julgar e querer mudar todo o mundo pela luta e pela força.
           Qual é a minha parte? Somente um olhar interior me fará reconhecer algumas crenças minhas equivocadas, meus preconceitos, minha prepotência, meus motivos pessoais, minhas emoções e paixões exacerbadas, minhas inseguranças, minha necessidade de “ganhar”, meu medo de perder... Somente nesse contato íntimo e contínuo comigo mesma, poderei ter um olhar mais justo e honesto nas minhas relações, estabelecendo meus limites, assumindo minhas responsabilidades, examinando pessoas e situações com serenidade, para fazer minhas escolhas e tomar atitudes que me pareçam as mais justas e assertivas. 
            Transições são períodos confusos e dolorosos, onde as pessoas, as instituições, as sociedades, são confrontadas com suas falhas e seus absurdos estabelecidos e estratificados, gerando violência, medo, agonia, falta de soluções em curto prazo como desejaríamos. Doem, mas somente dessa dor e desse aparente caos poderemos criar uma nova Organização Interior, Pessoal, e ser, então, um elemento positivo no estabelecimento de novas ordens na Família e na Sociedade. E em vez de nos revoltarmos ou nos deprimirmos, podemos mudar o foco e nos sentirmos gratos e escolhidos por estarmos aqui, nesse momento de fortes mudanças na evolução humana.
            Fomos convidados por um Poder Maior a participar desse passo qualitativo de nosso caminhar, substituindo as lutas, mentiras e ódios do Instinto e do Ego, pela escolha de valores Éticos e Espirituais como a Verdade, a Justiça, a Firmeza, o Respeito,.... Vamos tentar aproveitar!