Transições fazem parte do eterno movimento de evolução da vida. Nascemos
e crescemos num mundo de força e poder. Mundo dos que dominam e dos que são dominados, dos que
têm e dos que não têm, dos que podem e dos que não podem.. Nesse mundo ainda tão
materialista, nosso ego nos escraviza à cobiça de mais dinheiro, mais bens,
mais diplomas, mais tecnologias, mais luxo, mais luxúria, mais poder... Um
mundo competitivo, agressivo, defensivo. Um mundo sem tranquilidade, ternura,
beleza e alegria.
Mas, a humanidade caminha e hoje vivemos, claramente, tempos de
transição para patamares com valores diferentes e mais éticos. Transição ainda marcada
pela luta e resistência do ego de cada um. Embora reconheçamos os direitos e
necessidades dos mais fracos e oprimidos (pessoas, animais, natureza), quase
sempre não nos dispusemos a abrir mão de nossos privilégios e poderes, nem nos
doamos, realmente, para minimizar a dores do mundo. “ Nos” indignamos e
gritamos que algo precisa ser feito, que alguém precisa mudar tudo isso,
apontando sempre para fora! Mas, julgando,
criticando, brigando e responsabilizando pessoas e instituições, apenas
aquietamos nossas consciências e nada
mudamos. Querer que poderosos e dominadores desistam de poder e privilégios é
nos enganar, pregar no vazio, na utopia.
Insuflar revoltas nos mais fracos, é apenas luta de ego contra ego...
Nas relações humanas, em família e na sociedade, cada um de nós é unidade básica. Nada muda, senão mudarmos. Só com
minha própria mudança poderei favorecer maiores mudanças nos sistemas dos quais
faço parte. É preciso assumir com, responsabilidade e humildade, a minha parte
no processo da família e de outros grupos, em quaisquer questões e situações e
deixar a prepotência e arrogância tola de julgar e querer mudar todo o mundo
pela luta e pela força.
Qual é a minha parte? Somente um olhar interior me fará reconhecer
algumas crenças minhas equivocadas, meus preconceitos, minha prepotência, meus
motivos pessoais, minhas emoções e paixões exacerbadas, minhas inseguranças,
minha necessidade de “ganhar”, meu medo de perder... Somente nesse contato
íntimo e contínuo comigo mesma, poderei ter um olhar mais justo e honesto nas
minhas relações, estabelecendo meus limites, assumindo minhas
responsabilidades, examinando pessoas e situações com serenidade, para fazer
minhas escolhas e tomar atitudes que me pareçam as mais justas e assertivas.
Transições são períodos confusos e dolorosos, onde as pessoas, as
instituições, as sociedades, são confrontadas com suas falhas e seus absurdos
estabelecidos e estratificados, gerando violência, medo, agonia, falta de
soluções em curto prazo como desejaríamos. Doem, mas somente dessa dor e desse
aparente caos poderemos criar uma nova Organização Interior, Pessoal, e ser,
então, um elemento positivo no estabelecimento de novas ordens na Família e na
Sociedade. E em vez de nos revoltarmos ou nos deprimirmos, podemos mudar o foco
e nos sentirmos gratos e escolhidos por estarmos aqui, nesse momento de fortes
mudanças na evolução humana.
Fomos convidados por um Poder Maior a participar desse passo qualitativo
de nosso caminhar, substituindo as lutas, mentiras e ódios do Instinto e do Ego,
pela escolha de valores Éticos e Espirituais como a Verdade, a Justiça, a
Firmeza, o Respeito,.... Vamos tentar aproveitar!
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