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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

TEMPOS DE TRANSIÇÃO




           Transições fazem parte do eterno movimento de evolução da vida. Nascemos e crescemos num mundo de força e poder. Mundo dos  que dominam e dos que são dominados, dos que têm e dos que não têm, dos que podem e dos que não podem.. Nesse mundo ainda tão materialista, nosso ego nos escraviza à cobiça de mais dinheiro, mais bens, mais diplomas, mais tecnologias, mais luxo, mais luxúria, mais poder... Um mundo competitivo, agressivo, defensivo. Um mundo sem tranquilidade, ternura, beleza e alegria.
            Mas, a humanidade caminha e hoje vivemos, claramente, tempos de transição para patamares com valores diferentes e mais éticos. Transição ainda marcada pela luta e resistência do ego de cada um. Embora reconheçamos os direitos e necessidades dos mais fracos e oprimidos (pessoas, animais, natureza), quase sempre não nos dispusemos a abrir mão de nossos privilégios e poderes, nem nos doamos, realmente, para minimizar a dores do mundo. “ Nos” indignamos e gritamos que algo precisa ser feito, que alguém precisa mudar tudo isso, apontando sempre para fora!  Mas, julgando, criticando, brigando e responsabilizando pessoas e instituições, apenas aquietamos nossas consciências  e nada mudamos. Querer que poderosos e dominadores desistam de poder e privilégios é nos enganar, pregar no vazio, na utopia.  Insuflar revoltas nos mais fracos,  é apenas luta de ego contra ego...
            Nas relações humanas, em família e na sociedade, cada um de nós é unidade básica. Nada muda, senão mudarmos. Só com minha própria mudança poderei favorecer maiores mudanças nos sistemas dos quais faço parte. É preciso assumir com, responsabilidade e humildade, a minha parte no processo da família e de outros grupos, em quaisquer questões e situações e deixar a prepotência e arrogância tola de julgar e querer mudar todo o mundo pela luta e pela força.
           Qual é a minha parte? Somente um olhar interior me fará reconhecer algumas crenças minhas equivocadas, meus preconceitos, minha prepotência, meus motivos pessoais, minhas emoções e paixões exacerbadas, minhas inseguranças, minha necessidade de “ganhar”, meu medo de perder... Somente nesse contato íntimo e contínuo comigo mesma, poderei ter um olhar mais justo e honesto nas minhas relações, estabelecendo meus limites, assumindo minhas responsabilidades, examinando pessoas e situações com serenidade, para fazer minhas escolhas e tomar atitudes que me pareçam as mais justas e assertivas. 
            Transições são períodos confusos e dolorosos, onde as pessoas, as instituições, as sociedades, são confrontadas com suas falhas e seus absurdos estabelecidos e estratificados, gerando violência, medo, agonia, falta de soluções em curto prazo como desejaríamos. Doem, mas somente dessa dor e desse aparente caos poderemos criar uma nova Organização Interior, Pessoal, e ser, então, um elemento positivo no estabelecimento de novas ordens na Família e na Sociedade. E em vez de nos revoltarmos ou nos deprimirmos, podemos mudar o foco e nos sentirmos gratos e escolhidos por estarmos aqui, nesse momento de fortes mudanças na evolução humana.
            Fomos convidados por um Poder Maior a participar desse passo qualitativo de nosso caminhar, substituindo as lutas, mentiras e ódios do Instinto e do Ego, pela escolha de valores Éticos e Espirituais como a Verdade, a Justiça, a Firmeza, o Respeito,.... Vamos tentar aproveitar!

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