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terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

POR QUE FUJO TANTO ASSIM ?




         Não gosto de admitir (nem mesmo para mim), o quanto fujo de mim. Fujo das minhas dores e medos e abraço qualquer oportunidade de prazer que me traga uma eventual alegria, conforto, distração...

Fujo das lembranças que me machucam, fujo da incerteza de um futuro que eu crio sombrio, fujo por não querer encarar desafios da minha realidade presente. O que caracteriza essas fugas é a minha não aceitação e o não enfrentamento das minhas questões, a minha tentativa de negá-las e substituí-las pela busca exagerada de distrações, que me ajudem a escapar das dores e dificuldades.

Fujo da insatisfação comigo mesma em minhas performances nas relações, criando uma falsa imagem mais heroica, mais racional, através de pequenas mentiras, omissões e distorções, ou então procuro desvalorizar o outro.

Fujo do medo da solidão me submetendo, e aos meus valores e meus desejos, à pessoas em relações que não me trazem amor, valorização e alegria, só me fazem companhia!

Fujo da frustração pelo que não tenho, invejando, ridicularizando ou criticando aqueles que têm ou ao mau uso que fazem de seus haveres.

Fujo da falta de sexo com gozo e gosto em minhas relações, através da busca incessante de sexo vazio e erotismo exacerbado ou pela negação “virtuosa e religiosa” dessa “imoralidade”.

Fujo da raiva que me invade ante situações de impotência ou pelo  o medo de me afirmar, acusando os outros por suas agressões e invasões, que são, afinal, consentidas por mim!

Fujo do medo ou da preguiça  de assumir minhas responsabilidades e atitudes comigo mesma, com a Família, com a Comunidade, com o País... embriagando-me com falsa e exagerada euforia em grandes e continuadas festas, shows, carnavais, baladas...

Fujo das pequenas ou grandes insatisfações, que roubam a graça e o sentido da minha vida, anestesiando-me com o abuso de coisas prazerosas que o mundo exterior me oferece: dinheiro, poder, status, comida, viagens, igrejas, TV, celulares... Ou através dos químicos, lícitos ou ilícitos, que rapidamente me trazem euforia, “alegria”, “coragem”, “brilhantismo”, esquecimento, enfim, do que sou, do que posso...   Fujo, fujo, de tantas outras formas, de tantos aspectos de mim......  Mas, até quando continuarei fugindo, “gastando” vida, mantendo-me distante das melhores possibilidades da incrível pessoa única que Sou?

          Somente quando parar de fugir para poder olhar com carinho e honestidade para mim e minhas questões, poderei descobrir o quanto de força, coragem, criatividade, alegria... existem em mim! E toda essa herança de Luz, tão guardada, escondida, esquecida, poderá afastar os fantasmas que tanto temo e de que tanto fujo!

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