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domingo, 21 de março de 2010

Dor, Sofrimento, Amor



Existem muitas dores associadas ao amor:
- a dor de nossas perdas físicas, materiais, afetivas. A perda do que amamos e de nossas relações amorosas.
- a dor da saudade, quando os fatos duros e irreversíveis da vida decidem por uma separação, pela perda dos que amamos.
- a dor de presenciar o sofrimento, qualquer tipo de sofrimento, daqueles que nos são queridos.
- a dor de não sermos o que desejaríamos ser para nos sentirmos mais amados, por nós mesmos e pelos outros.
São as dores da vida. Mas essas dores podem se transformar em sofrimento quando as eternizamos, mantendo-as vivas, nutridas por nossas crenças e pensamentos recorrentes, repetitivos. Aprendemos a amar possuindo e sendo possuídos, completando e sendo completados, acreditando que, sem aqueles que amávamos, ficaríamos aos pedaços, incompletos, nos faltaria luz, propósito, alegria, razão de viver.
Aprendemos também a tentar desesperadamente, a qualquer preço, dar felicidade a eles e esperamos, cobrando de algum ou qualquer modo, que nos fizessem felizes, que adivinhassem nossos sonhos e desejos para realizá-los. Ficamos magoados e ressentidos quando não recebemos o amor esperado, tão arduamente buscado. (Será que não tenho valor? Quando eu me for, será que aí então vão me valorizar e amar?) Tivemos tanto medo de falharmos, de ferirmos, de deixarmos faltar algo aos nossos amores!; sentimos tanta culpa e vergonha quando não conseguimos! Acreditando em tudo isso, nessa luta contínua que tanto nos desgasta, vamos além da confusão, chegamos muitas vezes ao desespero e até à desesperança... É tanta dor! E remoemos tudo num replay angustiante, transformando dor de amor em sofrimento. (Onde foi que eu errei? Em que momento, em que pedaço do caminho eu o perdi?) Sofremos tanto porque amamos!? Afinal foi o que aprendemos em família(dito, visto, vivido), cantado em verso e prosa em músicas, livros, filmes,etc! “...todo amor só é bem grande se for triste”.Tentando amar e ser amado nesse modelo, realmente, Amar é Sofrer!
Mas podemos pensar e buscar amar de outra forma, que nos faça querer viver e deixar viver com liberdade, com escolhas, com descobertas individuais, ainda que compartilhadas. Para isso precisamos acreditar que cada um de nós é uma individualidade com historias, propósitos, dons e possibilidades diferentes, ainda que tenhamos a mesma origem divina; individualidades que precisam ser respeitadas e defendidas para que se desenvolvam e floresçam. Precisamos entender que apenas passamos pela vida daqueles que amamos, que estamos escolhendo ser seus parceiros em vez de seus donos ou carcereiros. Precisamos cuidar amorosamente de nossa individualidade, valorizando-a e respeitando a dos outros, para nos relacionarmos de modo generoso e gostoso, desvinculando aos poucos, um dia de cada vez, em nossas mentes e corações, o amor do sofrimento, acreditando e vivenciando o Amor como fonte inesgotável de alegria, gosto, gozo de viver, como um doce convite para a aceitação, crescimento e libertação de nós mesmos e dos outros, como uma ponte eterna e maravilhosa entre nós e aqueles que amamos.


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