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terça-feira, 30 de março de 2010

Vergonha



Vergonha é o sentimento que “nasce” da crença idealizada de que não deveríamos errar e falhar para atingir as expectativas de nós mesmos e as que depuseram sobre nós. Quando vivemos fora da realidade do que somos ou podemos, só por hoje, tornamo-nos orgulhosos e arrogantes e quando falhamos, despencamos, humilhados, cheios de vergonha, com a auto imagem quebrada, a auto estima arrasada e desvalorizados.
Aprendemos a lidar com a dor da vergonha encobrindo os fatos ou sentimentos, mascarando-nos. Mentimos para nós mesmos que não ligamos ou desculpamo-nos botando a culpa das falhas sobre os outros, nas situações ou em quem nos faz “passar vergonha”. Na verdade, o sentimento de vergonha pelos “fracassos” nos faz mentir, nos amordaça e paralisa. Ele não nos deixa rever os acontecimentos sob um novo olhar, mais realista do que aquele que nos propusemos ou nos propuseram e aquilo que pudemos. Não nos deixa ver e descobrir aspectos nossos que não se encaixam ainda no que “deveriam” ser.
Vergonha é a negação do que fui e sou; me prende, não me deixa caminhar; me obriga a usar pesadas máscaras, maquiagem constante para esconder o que sou; não me permite Ser e Estar mais inteiro e verdadeiro nas relações. Quando não me revelo porque tenho vergonha, sinto-me uma mentira e isso é terrível para minha auto estima e auto imagem. Assim, permaneço aprisionado num castelo de espelhos quebrados.
Em nosso processo de libertação só a Aceitação poderá ir diluindo a vergonha que nos mantém presos.
Aceitação do que sou, só por hoje.
Aceitação do que fui, só por ontem.
Aceitação do que posso, só por hoje, em vez de vergonha do que não fui ou ainda não posso.
Hoje, quando consigo compartilhar honestamente, demonstro a mim mesma e aos outros que já reconheço e aceito alguns fatos de minha vida e alguns aspectos de mim. Outros, ainda e só por hoje, tenho vergonha de ver e, mais ainda, de revelar. Mas acredito que na medida que reforço a visão de que somos um projeto pleno de possibilidades, embora ainda não um modelo pronto e perfeito, vou me aceitando, libertando das cadeias da vergonha, criando uma auto imagem de coragem e perseverança, me amando, cuidando, fortalecendo, modificando o que posso a cada dia, caminhando para sermos melhores, cada vez mais livres e felizes.

Comentários e sugestões: mariatude@gmail.com

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