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sábado, 13 de março de 2010
Raiva
Quanto de raiva existe dentro de mim? Aprendi a escondê-la, desde sempre, para me proteger dos problemas que poderiam acontecer se eu a expressasse; aprendi a escondê-la das pessoas que eu amava e que me decepcionavam; aprendi a reprimi-la aparentando conformação quando me sentia impotente perante as pessoas, o mundo, Deus..., aprendi também a enganar-me, escondendo-a até de mim mesma sob a forma de mágoa e ressentimento, desgastando-me, deprimindo¬-me, nesta luta. Houve momentos que não mais pude refreá-la e me descontrolei, revelando-a e usando-a como arma de intimidação, de acusação, de manipulação.
Estou aprendendo agora a entender como ela nasce, cresce e tantas vezes me domina. Esse sentimento tão intenso me impulsiona contra os outros e se volta contra mim quando negada e reprimida. A raiva tira a leveza e alegria de minha vida.
Há alguns anos li “A raiva é uma maneira de pensar”.Ela não é, mas advém, como todos os sentimentos, de um modo de pensar. Quando acreditamos e pensamos que as pessoas e os fatos deveriam ser de uma determinada maneira, e eles não são, isso nos dá raiva. Temos um desejo, criamos uma expectativa e, quando não acontece, nos sentimos abalados, amedrontados e ...com raiva. E quanto maior o desejo, a expectativa, a frustração e a impotência, maior é a raiva. Entendendo isso e ficando atenta às idealizações dos meus desejos e expectativas com relação às pessoas, animais, coisas, vida, PS...menos chance tenho de me frustrar e enraivecer. Hoje, quando ainda sinto raiva, sei onde buscar sua origem. Fica então mais fácil desarmá-la em mim. E a energia detonada por ela que ainda está em mim? É importante reconhecê-la, dar-lhe voz, espaço, libertá-la (desde que não seja sobre os outros), para que possa ir-se diluindo, saindo de mim. Não quero nutri-la para que não acabe se revelando em pensamentos de vingança, em prazeres “frios e ruins” pela desgraça ou castigo dos outros, em filmes que vejo, em sonhos, na briga dos outros, nas notícias tristes que ouço, na fala que se repete: bem feito!
A raiva é um sentimento humano. Não é um sentimento bonito nem feio, mas me maltrata muito, antes mesmo de atingir quem quer que seja. Quero, cada vez mais, senti-la menos, muito menos, em minha vida.
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