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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

AMAR O “MUITO PRÓXIMO”




Amar o próximo, amar as pessoas que estão longe, fora do nosso convívio; amar os necessitados de nossa atenção, de nossa ajuda, nos parece muito justo. Faz buscarmos em nós um sentimento maior de generosidade; sentimo-nos solidários, queremos cooperar de alguma forma: serviços, dinheiro, objetos materiais, preces... E nos sentimos assim melhores, mais participantes, mais humanos.
Mas, honestamente, tristemente, difícil mesmo, tantas vezes, é amar e ser amoroso com o próximo que está muito próximo, dentro de nossa família, de nossa casa, de nosso dia a dia. Achamos que os amamos, que são “nossos”: nossa família, nossos companheiros escolhidos, nosso sangue, nossa gente... Temos muito medo de perdê-los, são a parte mais importante de nossas vidas!
Mas, o que será, como será, amá-los? Como é amar aqueles que se revelam tão diferentes do que desejamos, do que esperávamos, do que acreditamos ser o melhor para eles e para nós? Como amar os que nos decepcionam e a quem decepcionamos?
Se amar é antes de tudo respeitar, fica a pergunta: estamos nos fazendo respeitar, estabelecendo nossos limites, sendo assertivos? Estamos respeitando o modo de ser do outro?
Quando tudo isso é atropelado, justamente em nome do amor, quando confundimos invasão e desrespeito com intimidade, fica difícil verdadeiramente amar. Passamos a nos comunicar apenas fazendo críticas, cobranças, usando de ironias e silêncios como armas de manipulação e de intimidação. Temos muita dificuldade para esconder (ou não) decepções, frustrações, raivas, mágoas, irritação.
É um triste engano acreditar que amar é misturar! Precisamos organizar para podermos seguir juntos numa parceria gostosa, que valha a pena. Acredito que o que torna tão mais difícil e complicado amar o “próximo muito próximo” é precisamente a intimidade, quando é deturpada, exagerada, invasiva e desrespeitosa.
A proximidade entre nós é um grande desafio mas também um campo único para o exercício de um amor verdadeiro. O amor necessita de limites, respeito a limites, espaço para poder se revelar:
_ na paciência com o modo de ser diferente dos nossos próximos.
_ na compaixão com suas dificuldades, maus condicionamentos, defeitos.
_ na solidariedade com suas dores.
_ no bom humor para desanuviar seus maus momentos.
_ na ternura, gentileza, bondade, amizade, carinho... que aquecem nossas vidas.
Na verdade, como já disse o poeta “ o Amor precisa de espaço” para existir, crescer e florescer.

Um comentário:

  1. Tenho acompanhado seu blog diariamente... adoro suas postagens e me faz muito feliz!! me da um animo pra viver..
    obrigado!!!!!

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