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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

DEPENDÊNCIA EMOCIONAL





Desde que nascemos nos foi sendo ensinado como desempenhar vários papéis: na família e, além dela, na sociedade. Sentimos sempre que nosso bom desempenho estaria ligado à aprovação que receberíamos e essa aprovação nos traria valorização, admiração, a garantia de que não seríamos rejeitados, preteridos, menosprezados, abandonados, pouco amados, “desamados”... Essa busca de aprovação externa, sem a qual nos sentimos “nus” e sem a qual perdemos o peso, valor e significado de tudo que somos e conseguimos, acaba tornando-se nosso objetivo maior e nos leva a passar a vida como pedintes, implorando, até mendigando, por ela. Quem não falou ou pensou em algum momento, magoado e ressentido... “o dia em que eu me for (ou morrer) é que eles vão me dar valor...”
Quando a crença na necessidade dessa valorização se fixa em nós, com maior ou menor intensidade, ela nos faz sentir um imenso medo. O medo que nos leva a esconder quem somos sob as diferentes máscaras que, acreditamos, serão mais aceitas em nossos variados papéis. Tornamo-nos camaleões antenados com o que achamos que esperam de nós, abrindo mão do nosso brilho e cores reais, tentando assim controlar nossas relações – muitas vezes a qualquer preço. Não nos damos conta da indignidade a que nos submetemos com concessões exageradas, chegando à subserviência, à mendicância de atenção, carinho, valorização. Tudo porque aprendemos a acreditar e pensar assim: “Só vou se você for...” “Você é a luz da minha vida”, “Sem você não sou ninguém...”, “Você é a razão de tudo”, “Se você está bem, eu estou; se for feliz, eu serei...”, “Sem vocês fico aos pedaços, nada significo” ...
Quanto mais pensamos e agimos dessa forma equivocada nas relações, mais nos apegamos, mais queremos possuir os “objetos” do nosso desejo/amor, mais cobramos, manipulamos, nos desesperamos. Somos reféns da vergonha de estarmos falhando, ficamos frustrados, com raiva, magoados e ressentidos por investirmos tanto e recebermos tão pouco... Depositamos nossa felicidade, propósito e significado de nossas vidas na tentativa de receber amor e aprovação dos outros. Sentimo-nos atrelados a pessoas que estão fora do nosso controle e, em conseqüência, perdemos o controle de nossas próprias vidas. Nossos pensamentos ficam presos obsessivamente nessa busca e nossos comportamentos repetem-se compulsivamente, na tentativa de um resultado diferente que possa aliviar nosso medo, nossa dor. A vida fica estreitamente restrita a esse objetivo e estamos presos nessa ciranda insana, nesse carrossel desgovernado, sem medidas... Isto é Dependência Emocional.
Qualquer dependência é prisão. Prisão que apequena, humilha, avilta, agride nossa dignidade. Que bom que a chave, a saída, dessa prisão, muito mais mental que afetiva, está em cada um de nós! Depois de tanta dor, podemos abandonar certezas e, com humildade, abrir nossas mentes para uma nova possibilidade: a de aprendermos a cuidar de nós mesmos, nos conhecermos, valorizarmos, amarmos; a sermos capazes de caminhar livres, fazendo escolhas sem medo, assumindo responsabilidades por elas, respeitando-nos sempre. Essa incrível jornada para a liberdade se faz “um dia de cada vez”, Passo a Passo, Com calma e respeito por nosso tempo, “Vivendo e Deixando viver”, Desligados com Amor e parceria, entendendo que o mais necessário a fazer é o que eu Posso, “Só por hoje”. Mantendo Simples e perseverante esse caminhar, iremos descobrindo que viver não é lutar e amar não é sofrer!

Um comentário:

  1. Adorei Tude, você como sempre ajudando nossa mente a se abrir. Obrigado! Bjo no coração! Pri

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