Foram medos de rejeição, de não valorização, de não aceitação... Foram frustrações pelo tanto que tentamos e não conseguimos... uma grande raiva pelo que não entenderam... uma grande mágoa por não reconhecerem nossos esforços... uma grande vergonha por termos falhado...
Banalizamos, minimizamos tudo isso, racionalizando, explicando, justificando...e mais uma vez, negando-os e amordaçando-os: “Superei, nem ligo, nada disso vale a pena, dei a volta por cima...”
Parece tudo sob controle, até que uma determinada situação, talvez em algum aspecto semelhante às do passado, sacuda nossas muralhas defensivas e abra uma brecha por onde uma avalanche de sentimentos reprimidos nos atropelam, descontroladamente. E reagimos então com agressividade descontrolada, desproporcional ao fato atual. E ficamos humilhados, confusos, decepcionados conosco mesmos, sem entender nossa “recaída”. E magoamos e continuamos magoados, ressentidos! Talvez possamos sentir um alívio momentâneo com essa descarga, com esse breve desbloqueio emocional, mas só até nova crise, até novo descontrole.
Esse processo perverso nos desgasta muito, trazendo novas esperanças que se frustram e nos frustram a cada nova crise e vão corroendo nossas relações. Ficamos andando em círculos, peregrinos perdidos e prisioneiros das emoções reprimidas, mascarando sentimentos e sempre prontos para reações disfarçadas ou descontroladas. Andamos muito, mas não caminhamos!
Como nos libertar? Lembro-me do 7º Passo dos Anônimos que nos sugere substituir a humilhação do descontrole pela humildade de pedir auxílio à Sabedoria de um Poder Superior que nos libere dessas imperfeições, dessas dificuldades... E Ele, que nos sente, nos ouve e nos habita, aponta o modo e a direção – uma caminhada perseverante, paciente, gentil, bem humorada e amorosa por nosso Mundo Interior!
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