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segunda-feira, 7 de maio de 2012

PAIXÃO



             É um estado alterado de consciência! Nosso raciocínio deforma-se, sucumbe ante a força de nossas fantasias. Em conseqüência, nossas emoções exacerbam-se num verdadeiro frenesi e nossas atitudes revelam desorientação, exagero, desequilíbrio, perda de controle...

            Estamos apaixonados – “perdemos a cabeça”, a capacidade de pensar com um mínimo de lógica e lucidez. Não conseguimos “ver” o que todos vêem (tem...que é cego!), não conseguimos analisar fatos, discursos, relações.

            Tudo pode nos arrastar a paixões desenfreadas( sem o freio do bom senso): pessoas, animais, religiões, política, esportes... Na verdade, perdemos a capacidade de separar o imenso desejo, a fantasia, daquilo que se revela real e possível. Essa fantasia “enlouquece” quando encontramos os “objetos” que se enquadram em nossas carências afetivas. Canalizamos para eles toda nossa paixão, todas as nossas necessidades, que, na verdade, são de Valorização e Amor. Eles parecem mitigar a “fome” de sermos os melhores, os mais amados, os mais abnegados...

Tudo na paixão é exagerado: a entrega, a doação, o apego, a posse, caracterizados todos pelo descontrole, pela perda da capacidade de analisar, pela perda do poder de escolher. Sentimo-nos propriedade e, ao mesmo tempo, também donos, possuidores, dos objetos de nossas paixões. Tornamo-nos prisioneiros e carcereiros em relações que pareciam ser de amor!

Só as pequenas e grandes dores das des/ilusões poderão libertar-nos das correntes e farpas cintilantes, purpurinas, das paixões. Elas poderão ir podando exageros, nos “amaciando”, arredondando, amadurecendo nossa capacidade de aceitar as pessoas, os fatos, os projetos, do jeito que realmente são(e não do jeito que fantasiamos ser).

Acredito ser preciso des/apaixonar-se, libertarmo-nos, para poder enxergar a realidade de uma causa ou de uma pessoa e, então, aprender a Amá-la.

Comentários / Contato : mariatude@gmail.com