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quarta-feira, 23 de maio de 2012

SILÊNCIOS


            Quantos silêncios há! E como parecem gritar seus recados! Como sabem traduzir tão intensamente as emoções...
 Há os silêncios que afastam, os que aproximam, os que respeitam, os que ignoram...
           
            Podemos usar o silêncio como arma que fere e afasta para demonstrar hostilidade velada, desprezo, indiferença, abandono afetivo, repúdio... Às vezes ele é usado como arma de manipulação para criar “um clima” na relação, gerando incerteza, fazendo com que o outro se sinta inseguro, fragilizado, mais facilmente controlável... Também é usado para traduzir mágoas, melindres, decepções, ressentimentos... cobrando culpas, punindo, levando a incertezas, ao medo do desamor, da rejeição...
 Ele se faz resposta aos nossos medos que paralisam... E resposta, também, ao horror, dor e confusão que sentimos quando nos defrontamos com situações de impotência... Ele parece se colorir de cinzento e se arrasta, quando está denunciando nossa desesperança... Ele traduz, muitas vezes, nosso medo, nossa vergonha quando não conseguimos dar voz às nossas idéias, às nossas razões, aos nossos sentimentos; quando não conseguimos ser leais a nós mesmos!

            Outros silêncios existem, no entanto, que nos aproximam de nós mesmos, dos outros, de Deus...
Eles podem traduzir uma forma de respeito à necessidade de silêncio do outro.
É então um silêncio íntimo e amoroso que nos une quando, mesmo ocupados com escolhas diferentes ou vivendo dores/alegrias particulares, permanecemos juntos,  curtindo apenas a proximidade, a companhia uns dos outros.
Existe o silêncio, também respeitoso, que nos permitimos quando dele precisamos para descansarmos, para melhor nos entendermos, quando “fechamos para balanço”.

            Podemos nos entregar ao silêncio que se impõe ao nosso deslumbramento interior com espetáculos da natureza, ante as possibilidades assombrosas do ser humano, ante a beleza, diversidade e mistério da vida em evolução, se revelando à nossa volta, todo o tempo. E ao Silêncio pleno de significados quando buscamos, através prece e da meditação, a nutrição, a sintonia, da criatura com seu Criador.

 Quantos silêncios... e tantos mais! Podemos escolher e nos responsabilizar pelos Silêncios que decidimos usar e desfrutar em nossa vida!


Comentários / Contato : mariatude@gmail.com