Nascemos e nos educamos num mundo egóico, competitivo e
materialista. Nele aprendemos a cultuar e valorizar a personalidade dos fortes,
dos vencedores, dos possuidores, dos fazedores, dos controladores, dos
superiores... dos mais capacitados para a luta. Formamos nossa personalidade a
partir dessa visão, das regras do ego (defesa e ataque) e assim passamos a
atuar, desempenhando nossos papéis e nos relacionando. Uma personalidade forte
pode nos proporcionar momentos de vencedor, de prazer e orgulho, quando
conseguimos fazer prevalecer nossa vontade, nosso poder, nossas idéias... Já
quando somos perdedores, quando não conseguimos fazer valer a força de nossa
personalidade sobre os outros, sentimo-nos humilhados, frustrados, menores...
Assim é a nossa dimensão egóica e os princípios que a regem são a disputa, a
luta, a esperteza, a força, a vitória a qualquer preço (sempre por um “bom
motivo”), mesmo que a custa de sentimentos bloqueados, negados, escondidos sob
máscaras, a serviço de nosso personalismo; mesmo que a custa de uma comunicação
perversa, calcada em pequenos ou grandes segredos, mentiras, manipulações que,
na verdade, só nos afastam. Não quero sofrer, ter perdas: quero garantir meus
prazeres. Sob essas regras, luto sempre: às vezes perco, às vezes ganho... mas
não sou feliz!
A
Felicidade é fruto de uma outra dimensão, a dimensão espiritual, e seus
princípios se baseiam no Amor, nas várias faces do Amor. Esses princípios
atravessam qualquer época, quaisquer culturas, modismos... Eles se mantém
atemporais, perenes, eternos. Verdade, respeito, aceitação, justiça, gratidão, solidariedade,
compaixão, generosidade, igualdade, responsabilidade... Eles são derivados do
Amor e estão a serviço do Amor. Atenção!!! Princípios espirituais não devem ser
desviados para servir a razões de poder, prestígio, luta, cerceamento, punição,
cobrança, competição... a razões do ego. Quando isso acontece, eles deixam de
ser princípios espirituais e tornam-se parte das estratégias de nossa personalidade
egóica. É importante que não nos enganemos porque a utilização desses desvios
não nos trará a felicidade.
Fica então
a questão: O que quero para mim? Vencer no mundo, vencer o mundo, ser eterna
refém desse ego que construí a partir de minha história e das crenças que
recebi? Ou voltar minha atenção para meu mundo interior e escolher libertar-me
dessa prisão utilizando princípios espirituais amorosos que podem acolher,
buscar entender e apaziguar esse ego, ensinando-lhe novas crenças e um novo modo
de ser e estar, integrando-o cada vez mais à minha dimensão espiritual,
transformando-o em aliado na busca da minha felicidade.
O Programa
de 12 Passos dos Anônimos nos alerta e sugere que busquemos a Igualdade em
nossas relações sendo “anônimos”, sem títulos personalistas que nos levem à
luta e nos distanciem e estejamos sempre atentos em manter os Princípios Espirituais, que escolhemos
para nossa felicidade, acima das
personalidades.
Comentários / Contato : mariatude@gmail.com