Muitas vezes reclamamos e até exigimos mudanças nas pessoas
que amamos, mas quando isso acontece, nos desestabilizamos e nos assustamos
muito!
Se eram muito independentes e
agora passam a depender e exigir nossos cuidados e atenção, ficamos ansiosos,
com medo de não os atendermos a contento ou com medo de perdermos nossa
liberdade...
Ao contrário, se eram ciumentos,
possessivos, ciosos de seu domínio sobre nós, e agora nos liberam, nos deixam escolhas,
ficamos nos sentindo a deriva, largados... Se eram grosseiros, irônicos,
indiferentes, distantes e se mostram agora atenciosos, respeitosos e delicados,
“toca” um sinal de alerta e ficamos matutando o porquê, o que se esconde atrás
dessa mudança! Também “bate” insegurança quando esses nossos laços afetivos,
que eram muito apertados e até nos aprisionavam, sufocavam, começam a se
afrouxar; quando o Outro resolve caminhar mais livre, menos dependente, fazendo
ele também suas próprias escolhas, sendo mais verdadeiro em seu dizer e agir. E se as mudanças do Outro forem em direção da
desonestidade, da traição? E se forem no sentido da invasão, da agressão? E se
o Outro muda pelo transcorrer natural da vida: a adolescência, novas amizades,
novos amores, aposentadoria, velhice...
Tudo isso pode nos surpreender,
novamente sentindo o medo, a insegurança, a nos agoniar ante o Novo: um novo
familiar, um novo companheiro, uma nova forma de ser e estar na relação.
E nos questionamos: Quem é essa
“nova” pessoa que amo, mas de quem sei tão pouco? Estarei à altura desse novo
modo de nos relacionarmos? A Verdade que me/nos liberta exige, afinal, mudanças
em mim! Estou pronta para interagir sob essas novas regras? Saberei deixar as
lamúrias e buscar, eu mesma, novos posicionamentos? Saberei entender e me
adaptar a novos patamares e necessidades na relação?
Em minhas relações, preciso
entender o que posso modificar (eu) e o que não posso (o Outro); preciso
aprender a importância da assertividade (verdade, clareza e firmeza) nas
relações e estabelecer um espaço de respeito amoroso entre nós; preciso
aprender a Cuidar de Mim! É tão
difícil, tão novo e complicado!!! Mas vale tanto a pena!!!
Quando o Outro muda, muda minha
relação com ele. Não posso impedi-lo de estar vivo, em movimento,
experimentando-se em novas formas de ser e estar. Mas, se for de minha escolha manter essa
relação, preciso me adaptar para um novo
modo de Ser e Estar, eu mesma, que garanta minha alegria, minha liberdade e
a gostosura na relação.
“Um dia de cada vez” procurarei
superar meu medo e insegurança pelo entendimento de nossas diferenças, pela
intimidade cada vez maior comigo mesma, pelo entusiasmo com minhas
possibilidades.
“Um dia de cada vez” exercitarei
minha aceitação do que não posso modificar (o outro), e exercitarei o que posso:
minha Coragem para Mudar.
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