Pesquisar este blog

quinta-feira, 12 de julho de 2012

ACEITAÇÃO DE MIM



             Arde em cada um de nós um anseio constante, sussurrante, às vezes até gritante, de libertação, de liberdade...
Libertação de tanto que me fizeram acreditar, do que fui acreditando ser obrigada a sentir ou a “não sentir”, da obrigação de reagir conforme o esperado, de todos “posso e não posso”, “pode e não pode”, “devo e não devo” – todos vindo de fora, sem escolha consciente. Libertação de limites que me apequenavam e expectativas alheias que me angustiavam, que me faziam eterna devedora, jamais a contento. Libertação de defeitos escondidos, disfarçados. Libertação de uma imagem não verdadeira, cobrada e esperada pelos Outros, perseguida ansiosamente por mim – mas aprisionante de Mim.

            Afinal, quem ainda sou, só por hoje?  Quais minhas amarras?
Para poder desatá-las, livrar-me delas, preciso primeiro olhar para mim, descobrir-me, aceitar-me...
Esse é o meu desafio! Descobrir o que ainda escondo do mundo e de mim mesma, mas que já não quero para mim!
Quisera ser tão melhor do que sou! Quisera estar liberta, eu mesma, de tudo que rejeito no mundo, nas pessoas... Quisera estar sempre gentil, solidária, disponível, corajosa, verdadeira, tolerante, paciente, generosa...

            Mas, repito para mim mesma, o caminho para tanto passa, antes de tudo, pela descoberta e aceitação do que ainda sou.  
Aceitação da minha realidade, quantas vezes ainda tão crítica, intolerante, impaciente, manipuladora, mesquinha, medrosa, acovardada, raivosa, ressentida... Só uma atenção amorosa, honesta e constante comigo mesma poderá me ajudar a reconhecer e aceitar essas humanas, mas negativas, “nuances” de mim. Só assim poderei ir libertando-me, sem lutas, sem punições, sem culpas, sem justificativas... apenas com a certeza de que já não fazem parte do que desejo para mim.

            A Aceitação nos traz a paz interior que libera forças para não desistirmos e continuarmos no processo da mudança, da transformação, da libertação... A felicidade que advém dessa libertação interior e de uma relação amorosa conosco mesmos, cada vez mais intensa, perseverante, requer Paciência, muita paciência... Mas, afinal, “o amor é paciente e é bom...”

            Hoje, Acredito e Confio que, apesar de minhas falhas, apesar do que ainda sou, Um dia de cada vez, conseguirei ir me libertando... Afinal, nos originamos na Luz e para ela, inexoravelmente, caminhamos.


Comentários / Contato : mariatude@gmail.com