Quem está dentro? Quem já está fora? Quem merece a lealdade, a
honestidade? Quem já não as recebe? Quem já está excluído, preterido, no grupo,
na relação? Quem já não é mais o escolhido, aquele com quem se compartilha
tudo: a vida, as idéias, os projetos, os sentimentos, os porquês das atitudes,
os segredos...
Esse é o que está fora da prioridade. Esse é o que se sente
pisado, desamado, descartado, desvalorizado... E é tudo tão doído! Mas o fato
de não merecer a Verdade é que faz
sentir mais duramente, além de tudo mais, o ridículo, a humilhação, a Traição.
A Verdade
ou a mentira/omissão são os divisores entre o que é um Direito de Escolha e a
Traição.
Mudar de lado, de “camisa”, de prioridades, de “amor”, são
direitos naturais de todos em quaisquer relações, mas negar ao Outro o direito
à Verdade, negar-lhe o respeito à sua possibilidade de escolha – isso é
Traição.
Continuar a utilizar o Outro por tudo que ele é ou pelo que
ele doa à relação, usufruindo-o como um objeto de uso (mesmo já em desuso),
desfrutando a comodidade de não ter que se confrontar com possíveis mudanças em
decorrência da verdade – isso é Traição.
Poucas situações conseguem ser
tão dolorosas, humilhantes, desnorteantes, desestabilizadoras. A mentira, a
Traição, em quaisquer de nossas relações mais significativas (com pais,
companheiros, amigos, filhos) nos desorientam porque representam a quebra de
nossas crenças básicas, do que acreditamos, em quem acreditamos. Sentimo-nos
tolos, incompetentes... “E eu que acreditei!”. Ficamos confusos, “sem chão”, sem
referências... Em que acreditar? Em quem
acreditar?
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