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segunda-feira, 16 de julho de 2012

GRATIDÃO



            Muitas vezes aprendemos e alimentamos a fantasia delirante que a vida, a felicidade, a reformulação dos outros, salvá-los, é a nossa Missão. E nos sentimos bons, superiores, escolhidos, para tão importante tarefa.
“Arregaçamos as mangas” e nos dedicamos, cada vez mais, em “salvar” as pessoas de seus destinos “mal escolhidos”, mesmo à sua revelia, mesmo que nada tenham solicitado. Como nos sentimos responsáveis pelos que dependem totalmente de nós (as crianças, os muito jovens, os muito idosos), a eles mais nos dedicamos. Procuramos dispensar-lhes todos os cuidados e, aos mais novos, passamos valores, crenças, princípios (os nossos, os que entendemos serem os melhores) e o nosso amor.

            Mas, tão imbuímos ficamos com nossa responsabilidade, que acreditamos dever monitorá-los pelo tempo afora, pela vida inteira!
Quando, já adultos, se rebelam e decidem fazer suas próprias escolhas, nós nos magoamos e os acusamos de ingratidão! Na verdade, eles só querem seus destinos de volta, mesmo que seja para errarem e poderem aprender, ainda que da forma mais dolorosa. Essa é a principal Missão de cada um! Não temos o direito de roubá-la dos outros, mesmo que seja para que não sofram. Ou pela arrogância de nos sentirmos mais preparados para a vida, mais “sabidos”, vividos... Se não entendermos isso, se desrespeitarmos esse direito, receberemos irritação, impaciência, revolta, distância, “ingratidão”!

            Não se cobra sentimentos, não se cobra Gratidão! Na verdade, não se cobra NADA! Não adianta, incomoda, coloca o Outro na defensiva e ele, então, briga ou foge... e ainda se sente justificado!
Mesmo quando amamos e nos doamos com respeito e sem cobranças, cada um reage ao nosso amor de seu próprio modo, absolutamente pessoal. Uns, com indiferença e frieza ou querendo sempre mais, como se a vida lhes devesse tudo. Outros, com o reconhecimento racional do que receberam ou do que se espera que façam, sentem-se na obrigação de cumprir com seu dever. Outros ainda, com alegria, com reconhecimento amoroso da graça, da doação recebida, sentem Gratidão!

            A Gratidão é assim - brota” naturalmente da nossa dimensão espiritual, é um “estado de graça” que transborda para os Outros, para o Mundo...


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