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quarta-feira, 25 de julho de 2012

IMPACIÊNCIA



            Como nos maltrata! A impaciência dos outros, a nossa impaciência...
Como maltrata qualquer tipo de relação – das mais fortuitas e impessoais às mais significativas e mais queridas. Ela se caracteriza pela não aceitação das circunstâncias, das pessoas, do mundo... Ela decorre da frustração e se faz acompanhar de uma irritação, a princípio surda, que revelamos através de pequenos gestos bruscos, palavras mastigadas, “praguejadas”, em tom baixo, mas intenso. Uma irritação que tentamos segurar, mas que revelamos no corpo tenso, dentes trincados, na garganta fechada. Essa irritação cresce para a raiva que, se seguramos, ela nos queima e consome e, se extravasamos, ela sai com ímpeto alcançando todos à nossa volta e até a nós mesmos.

Sob o poder dessas emoções, nos bloqueamos para a beleza e a gostosura que a vida possa estar nos oferecendo. Eu me sinto, às vezes, refém dessas emoções. Quero sair delas e tenho dificuldade porque me “pego” remoendo minha impaciência com o mundo e o culpo por meu estado interior! Preciso entender como funciona minha mente e os sentimentos/atitudes que ela detona em mim.

O que quero para mim? Continuar a me sentir vítima do Mundo, dos “chatos”, dos “folgados”, dos invasivos, dos “ingratos”, dos que pensam diferente de mim, dos que são ou estão “errados”, e não assumir minha responsabilidade pelo meu espaço, sem ser clara e firme ao estabelecer meus limites nas relações?  Quero continuar a pensar, com fantasia e infantilidade, que tudo e todos, a vida, as circunstâncias, deveriam ser conforme meu desejo e minhas expectativas?

Preciso ser coerente com o que quero para mim! Se quero estar bem, preciso Cuidar de mim, cuidar do meu mundo interior – meus pensamentos e sentimentos. Preciso, também, aprender a cuidar do meu espaço exterior – eu nas minhas relações. Preciso acreditar e aceitar que não posso modificar as pessoas. Preciso lembrar-me disso, a todo momento, e redirecionar meus pensamentos recorrentes. E preciso, a todo instante, exercitar uma atitude clara e gentil, firme e assertiva, para resguardar meu espaço nas relações.  Só assim poderei sustar esse processo que me arrebata e maltrata: frustração, impaciência, irritação, raiva...

          “Rogo a Deus coragem e perseverança para eu me mudar!”
Como é difícil ! Mas vale a pena !

Comentários / Contato : mariatude@gmail.com