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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

NÃO JULGUEIS...


            O que sabemos do Outro?
Conhecemos seu rosto, talvez alguma coisa da sua história, de suas falas, de suas atitudes... Mas nada disso revela, realmente ou mais profundamente, quem ele É, porque nós não somos somente um rosto, episódios, palavras e comportamentos. Nós somos, além disso tudo, todo um mundo interior, escondido de todos, até de nós mesmos!

Tendemos a acreditar que podemos julgar-nos uns aos outros apenas por essa superfície revelada. Julgamos: bom, mau, muito mau, execrável...
Na verdade, o que estamos vendo, julgando, condenando, são suas atitudes agressivas, falsas, mentirosas, negativas... Estamos vendo o efeito de suas defesas adoecidas, perversas, pervertidas...

Existe a necessidade de estabelecer limites que resguardem as pessoas. Existe a necessidade de tomarmos atitudes de controle sobre esses comportamentos lesivos aos grupos onde estiverem. E os limites vão desde a advertência verbal até ao afastamento do grupo (familiar, religioso, profissional, social...), às vezes para sempre, daqueles que julgamos representar perigo, por seus comportamentos.
Julgamos e precisamos condenar o que é do mundo – as atitudes negativas no mundo.

            No entanto, a cada momento de indignação e revolta com esses comportamentos, preciso lembrar de separar o Ser que É daquilo que ele está sendo, premido pelas distorções de seu mundo interior adoecido, desamoroso, agressivo...
Preciso lembrar que nada sei dos medos, angústias, ódios, decepções, ressentimentos... que esconde em si.
Preciso lembrar que o que realmente sei é que, escondido sob tanta escuridão, cinismo e maldade, existe uma centelha divina igual àquela que nos habita a todos!

            Certamente por isso nós fomos alertados - “Não julgueis...” a criatura que todos somos, ainda que esteja, no momento, perdida de sua própria luz.
Na relação com ela, é preciso ser assertivo, firme, realista, até duro...
Mas para a Criatura que ela É preciso dirigir minha compaixão, com a certeza de que, em algum momento, em alguma vida, ela conseguirá romper a prisão de seu interior adoecido e também se libertará.