“Por que tenho medo de lhe dizer quem sou?”
Por que aceito tanto as “verdades” que me foram ensinadas
sobre quem eu devia ser, como devia pensar, sentir e agir ? – por que tenho
tanta dificuldade de questioná-las e procurar minhas próprias verdades?
Por que escondo tanto meus pensamentos, meus sonhos?
Por que sufoco, brigo, nego, renego tanto os meus
sentimentos?
Por que me submeto a mentir e fazer segredo de
comportamentos e atitudes tomadas na vida?
Por que fico prisioneira da busca de uma imagem que não sou
eu?
Acredito
que toda essa dificuldade de assumir quem realmente sou a cada momento, é fruto
do imenso medo de não ser aceita, não ser amada, não ser valorizada! E aprendi
que tudo isso viria de fora, do mundo – da Família, da Escola, da Igreja, do
Trabalho...
Aprendi desde cedo a ter muito cuidado em não decepcionar os
outros, a buscar atender às expectativas que tinham sobre o meu modo de pensar,
sentir e agir. E como não conseguia agradar a tantos e todos, aprendi a esconder
as “partes de mim não aceitáveis”... Mas como dói, como é difícil manter-me
sempre atenta – policiando, lutando, escondendo... até de/para mim mesma!
O custo é imenso! Custo físico,
emocional, mental, espiritual! Custo afetivo em minhas relações mais
significativas, que se tornam inseguras, falidas, de fachada... e me trazem a
dor de me sentir incompreendida em minha humanidade.
Nesse
processo não sou honesta comigo mesma, nem com o mundo.
Não consigo assim desfrutar da Verdade e a Verdade é uma das
necessidades mais altas do ser humano! É uma necessidade espiritual e nós somos
Seres Espirituais! Sem a Verdade, sentimo-nos vazios, ocos, deformados,
estranhos a nós mesmos, sempre inseguros e insatisfeitos com o “produto” em que
nos tornamos.
Como trazer
Verdade à minha vida? Só eu posso ir abrindo mão, com paciência, coragem, bom
humor, boa vontade... das máscaras que me escondiam e defendiam do mundo. Só eu
posso escolher estar comigo a cada instante - presente, atenta e interessada em
rever e entender meu personagem em minha história. Só eu posso estar me
descobrindo – sem julgar, sem acusar, sem culpar... mas sem justificar e sem
desistir – apenas com Honestidade, Aceitação e Humildade, construindo uma
auto-imagem real, uma identidade verdadeira. Começo então a criar uma
intimidade comigo, plena de um novo respeito, de auto valorização, de carinho e
estima por mim! Começo também a desfrutar da Liberdade (outra necessidade
espiritual) de ser quem sou! E tudo isso é muito bom!