A Justiça é, também, uma das necessidades mais altas do Ser
Humano.
É uma necessidade de nossa dimensão espiritual, de nossa
alma! Minha Consciência Espiritual me sinaliza que quero, que preciso, trazer a
Justiça à minha vida, agir com Justiça,
para sentir-me bem, sentir-me serena e em paz. É uma necessidade de nutrição
interna.
No entanto,
nossa consciência egóica, ensinada e condicionada pelo mundo a ser competitiva,
defensiva, reativa, voltada para julgar, comparar, condenar, “dar o troco”,
castigar... entende e busca, desta forma, orientar a justiça dos homens (e a
minha) – “Olho por olho”. Esse senso duro, aguerrido, arrogante, é conseqüência
de uma visão idealizada que pretende que sejamos todos iguais, comparados por
nossas próprias medidas, que sejamos credores e devedores em um mundo dos
homens, ainda tão falho e primário.
Dessa forma,
todo o tempo nos comparamos. Comparamos nossas oportunidades, nossas perdas e
nossas vidas, querendo fazer justiça ou esperando receber justiça e, quando
não, nós nos lamuriamos, cheios de autocomiseração, pedindo atenção e piedade,
lamentando sermos vítimas de injustiça num mundo cruel. Algumas vezes aí
ficamos, encalhados, sem nos responsabilizar por nós mesmos, repetindo
inutilmente: Isto não é justo!
Disse Alguém Amoroso e Justo: “Que te importa o que dou aos
outros?
Não te dei o justo que me pediste?”
O mundo dos
homens ainda não é justo! Torna-se fútil esperar justiça de fora, deixar-me
revoltar e arrasar por suas maldades e injustiças. Isso acaba por justificar a
revanche, a vingança, o ódio... “Quero justiça!”
“Bem feito!” . “Não é a injustiça que conta; é o que você
pode fazer a respeito.”
Na verdade,
só devo “ouvir”, estar atento, à minha Consciência Espiritual que me aponta o
que é justo, como agir com justiça.
Nem sempre podemos “entender” a Justiça Divina! Ficamos
confusos, querendo entendê-la sob nossas medidas, sob nossa ótica egóica. Isso
porque nos falta uma visão maior, faltam-nos dados maiores, mais abrangentes,
para poder entender. Mas eu posso, sim, num ato de fé, coerente com minha certeza
num Poder Perfeito de Sabedoria e Amor, aceitar (mesmo às vezes sem gostar)
suas determinações em minha vida, em nossas vidas, e acreditar em Sua Justiça,
sem cobrá-Lo pelo que não entendo.