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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

DEFENDA SEMPRE O AUSENTE !


           Existe o mau hábito, quando nos reunimos, sem assunto, de tornarmo-nos maledicentes – dizermos mal das pessoas ausentes. Nesses momentos, queremos contar “novidades” que ouvimos de outros, “fofocar” e tecer juízos sobre pessoas que não podem se defender ou esclarecer tudo que foi levantado sobre elas ou suas vidas.

            No afã de nos sentirmos leais e pertencendo àquele grupinho do momento, queremos “mostrar serviço”, “estar mais informados”, fazer graça, sermos críticos das atitudes do ausente, querendo demonstrar que jamais seriam as nossas, que somos melhores...
Na verdade, sem nos darmos conta, invadimos e julgamos, com irresponsabilidade, com insensibilidade, com crueldade e desrespeito, a vida e a personalidade das pessoas. Repassamos o que ouvimos, com veracidade ou não, de pessoas, públicas ou não! E dificilmente repassamos elogios!!!
Nossa vaidade nos faz acreditar estarmos sendo os escolhidos pelo grupo, os admirados e os aplaudidos, escolhidos para dizermos e ouvirmos as críticas e confidências sobre os outros. Sentimo-nos protegidos por essa escolha, por essa “confiança”, por fazermos parte do grupinho.
Então, achamos engraçado ironizar o ausente. Sentimo-nos defensores “do bem”. Parece que, enquanto falarmos dos outros, evitaremos que façam o mesmo conosco. No entanto, atenção! Isso não nos garante a lealdade de pessoas que já se mostram desleais e insensíveis... Será que seremos nós os criticados quando formos nós os ausentes?

            A maledicência alimenta a desconfiança e traduz luta latente nas relações. Ela mina a unidade dos grupos, na família ou não, porque pressentimos a falta de generosidade e lealdade entre as pessoas.
Por que usarmos a oportunidade de estarmos juntos e o poder das palavras para criticar, julgar, condenar e punir gratuitamente as pessoas, próximas ou não?
Por que não aproveitarmos para o elogio, a lembrança carinhosa ou a desculpa generosa? Por que não, ao menos, o silêncio, o respeito?

            Uma atitude amorosa, leal e gentil faz muito bem a nós mesmos e ao grupo. Quando estou tentada a participar do triste festim de esquartejar pessoas pela maledicência, procuro lembrar-me de um mestre que sugeriu:

                        DEFENDA SEMPRE O AUSENTE !