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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

AGRESSÃO - REAÇÃO - AÇÃO


             Somos seres espirituais, mas vivemos hoje, quase encalhados, num mundo material, onde ainda predomina um homem corpo/mente, instintivo e racional, dirigido por uma mente egóica, adestrada para luta, em defesa da sobrevivência ,da posse de territórios, das pessoas, de razões, buscando sempre, mais e mais, o poder... Uma mente atenta e sempre reativa!

 Como indivíduos, ainda estamos muito atrelados a nossos grupos – familiares, culturais, nacionais... É o preço/peso da pertença! Agressões a cada um, ou aos nossos grupos, ressoam ainda de modo muito forte em nossa individualidade. Sentimo-nos  fisicamente  ameaçados em nossa sobrevivência, ultrajados em nosso amores e escolhas, em nossos sonhos/desejos, em nossas crenças (políticas, religiosas, étnicas...) Agressões nos fazem sentir um medo atávico/animal, nos fazem sentir atacados como indivíduos e como grupo.  Sentimos muita raiva pelo nosso orgulho e nossa vaidade, então agredidos e ameaçados. E, quando  impotentes, sentimos ressentimento e ódio!

Nossa mente egóica nos impele à reação. Há um desejo e uma necessidade de revide, de vingança, de “dar o troco”. Como indivíduos, ou como parte de grupos, reagimos apenas obedecendo ao instinto e ao ego condicionado para lutar. Logo perdemos o contato, ainda incipiente e frágil, com nossos valores éticos e espirituais, que nos sugerem serenidade, análise imparcial. Apaixonadamente, reagimos! Já não conseguimos agir, só reagir!

Percebo hoje que preciso parar e me dar um tempo para ser Eu mesma, coerente com as escolhas que faço, se busco criar um  mundo interior apaziguado. Minhas Ações devem ter coerência com a paz e a espiritualidade que hoje quero em minha vida.  Mas como é difícil!

Como é difícil lidar com crenças arraigadas, preconceitos, que dirigem meus medos e raivas, que confundem meus julgamentos, impedem a imparcialidade e a lucidez em minhas análises! Como é difícil estabelecer os limites possíveis a cada momento em minhas relações. Limites com firmeza, sem a agressividade nascida do medo e da raiva, mas com a firmeza serena que repudia o desrespeito...  Como é difícil não permitir que o ódio e a indignação se justifiquem como uma “reação natural”... Como é difícil chegar à Aceitação no confronto diário com o absurdo de nossa humanidade e Aceitar o “tamanho” das pessoas e grupos, sem me submeter às suas atitudes invasivas e agressivas...

Esse é o desafio diário que me é proposto em minhas questões familiares(íntimas/afetivas) e com o mundo.  Preciso todo o tempo lembrar que sou responsável pelo meu mundo interior, pelo modo como interajo comigo mesma, com meus pensamentos, minhas crenças e sentimentos. Sou também responsável por minhas ações no mundo. A mim, fica a escolha: ou a agonia de me bater, rebater e reagir, refém do medo e do ódio ou a observação serena e lúcida de mim e do que me cerca, para uma Ação responsável e coerente com a liberdade que tanto busco.

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