Toda
cobrança implica em crítica, decepção, rejeição... Mas, de uma forma
incoerente, aprendemos a demonstrar atenção, cuidado e amor através de eternas
cobranças! Cobramos
porque estamos insatisfeitos, frustrados, irritados, com o Outro, mesmo que
seja um outro muito querido! Cobramos
porque nos magoamos com a “insensibilidade” do outro em não nos entender! Cobramos, zangados, porque nossas
orientações e instruções não foram seguidas.
Cobramos porque pensamos que merecíamos algo melhor ou mais especial,
porque acreditamos que devíamos ser melhor cuidados, ouvidos, valorizados ...
Cobramos atenção, carinho, amor... Cobramos
porque estamos infelizes conosco mesmos e em nossas relações... Cobramos... Cobramos...
Em Família, “por amor”, cobramos
sempre! Cobramos porque acreditamos que
pertencemos uns aos outros, e então, amamos com apego, com posse e “sem
cerimônia”. Cobramos porque, se nos doamos, exigimos que os outros também
cuidem de nós e atendam às nossas expectativas.
Cobramos porque acreditamos ser
nosso dever controlar uns aos outros, para o bem de todos! Cobramos sempre e por
tudo! A linguagem da família tornou-se -
a Cobrança!
E cobramos com agressividade porque estamos irritados com a
insistência do outro em não nos obedecer. E
cobramos sorrindo, manipulando, fingindo que não estamos cobrando... E
cobramos com lamúrias e choro, para culpar os outros por nos decepcionar... E cobramos com silêncios, criando “climas”... E cobramos com insistência, impaciência ou
desprezo, para ressaltar a incompetência do outro.
Em qualquer situação que nos
desagrade ou amargure, acreditamos, sempre e ainda, que precisamos que o outro
mude para sermos felizes. Ainda não entendemos, ou ainda não acreditamos, que só podemos modificar a nós mesmos, por
mais “errado” que seja o outro! Precisamos, sim, rever nossos papéis em cada
situação. Entender nossas escolhas, rever nossas atitudes de permissividade e/ou
invasão e abandonar muita “falação”.
Cobramos sempre, cobramos muito, de
várias maneiras, querendo que o outro mude, para que nós não precisemos mudar! Mas assim não funciona! Assim nada muda,
pelo menos para melhor! Tornamo-nos pesados,
repetitivos, “muito chatos”, até insuportáveis... E as relações se desgastam, se arrastam,
com agonia para todos... ou se acabam!
Em vez de nos desgastar e “queimar nosso filme” é melhor aprender
a sermos leais conosco mesmos e claros, firmes e honestos com o outro,
estabelecendo nossos limites e respeitando os dos outros. E, é importante
comunicar/explicar que deixamos de cobrar por entender que assim é melhor para
nós todos, que não é por falta de interesse ou de amor! Afinal, queremos todos amar e ser amados! Para
isso é importante irmos tentando e nos repetindo: Cobranças nunca mais!
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