Mais um dia, menos um dia...
Aniversários, datas que marcam o
tempo que passou, o que está passando... O tempo que passou está perdido! Será que foi perdido? Ou foi um presente que ganhamos da vida? São
tantos tempos diferentes... a cada instante, a cada fase de nossas vidas. Cada um com suas alegrias e suas dores.
O tempo da infância,
sem o poder de decisão, sob orientações e cobranças sem fim, com amor/por amor
e até mesmo sem amor! Tempos de medos, sustos, lágrimas rapidamente substituídas
por risadas e risos, risos dos que apenas começam... Tempos que nos remetem a campos em constante
desabrochar!
Tempo de adolescência,
de inseguranças e de ousadias, mas de quem precisa gritar que tudo sabe, para
dizer quem é, para espantar o medo de ser, num mundo novo, duro e assustador.
Tempo de críticas e dos julgamentos inflexíveis dos pouco vividos. Tempo do
desabrochar da sexualidade, da busca de companheiros, da capacidade de criar,
de procriar, de frutificar... Tempo de gostosas desordens, de barulho, de
movimento...
Tempo da mocidade, de
inícios mais intensos, da construção de família, de carreiras sonhadas ou
apenas de luta, sem sonhos, de sobrevivência. Tempo de quem se sente dono de
seus passos, que se deslumbra com a liberdade e tantas vezes se perde, atordoado,
ao saboreá-la! Tempo de busca de segurança e bens materiais, de prestígio, de
poder... Tempo que nos faz sentir fortes
ramos, prontos para a colheita dos frutos. Tempo de vitórias, de acertos e
tantos desacertos! Tempos que vão deixando marcas, nos preparando para a
maturidade...
Tempo da maturidade,
são tempos de um novo frutificar - de ideias e valores... Tempo da colheita dos
acertos e desacertos, da experiência que ficou. Tempo da fortaleza de um tronco
que apoia e sustenta os mais jovens. Tempo que nos traz melhor consciência de
nossa humanidade, da humanidade de todos... Tempo de questionamentos, que nos chamam para
nós mesmos, para o mistério de quem somos, porque viemos, para onde será que
vamos...
Tempo da velhice, tempo
já bastante longo dos mais vividos... Tempo de perda das forças, da beleza. Tempo do desgaste físico, pelo longo tempo de
uso (e abuso). Tempo de cada vez maiores limitações físicas/materiais, que
parecem favorecer a busca do imaterial, do espiritual! Tempo de abrir mão da prepotência e do
controle e conhecer a humildade da aceitação. Tempos muito emotivos, de
interiorização, do desfrutar de silêncios, do gosto pela ordem, de um gradual
isolamento pela perda das “turmas”, dos amigos, dos amores mais queridos...
Tempos dos que já perderam suas raízes e agora se sentem, eles próprios, as
raízes das outras gerações. Tempo de revisão, de retrospectivas, de culpas,
arrependimentos, perdões e aceitação... de mais tempo interior, de maior
intimidade conosco mesmos e com o Poder Amoroso que nos originou. Tempos de
novas considerações: Quando? Para onde? Como será? Tempos da busca e encontro
de um sentido maior para o passar de todos esses tempos...
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