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sexta-feira, 22 de maio de 2015

O TEMPO QUE PASSA...



           Mais um dia, menos um dia...  Aniversários, datas que  marcam o tempo que passou, o que está passando... O tempo que passou está perdido!   Será que foi perdido?  Ou foi um presente que ganhamos da vida? São tantos tempos diferentes... a cada instante, a cada fase de nossas vidas.  Cada um com suas alegrias e suas dores.


            O tempo da infância, sem o poder de decisão, sob orientações e cobranças sem fim, com amor/por amor e até mesmo sem amor! Tempos de medos, sustos, lágrimas rapidamente substituídas por risadas e risos, risos dos que apenas começam...  Tempos que nos remetem a campos em constante desabrochar!


            Tempo de adolescência, de inseguranças e de ousadias, mas de quem precisa gritar que tudo sabe, para dizer quem é, para espantar o medo de ser, num mundo novo, duro e assustador. Tempo de críticas e dos julgamentos inflexíveis dos pouco vividos. Tempo do desabrochar da sexualidade, da busca de companheiros, da capacidade de criar, de procriar, de frutificar... Tempo de gostosas desordens, de barulho, de movimento...


            Tempo da mocidade, de inícios mais intensos, da construção de família, de carreiras sonhadas ou apenas de luta, sem sonhos, de sobrevivência. Tempo de quem se sente dono de seus passos, que se deslumbra com a liberdade e tantas vezes se perde, atordoado, ao saboreá-la! Tempo de busca de segurança e bens materiais, de prestígio, de poder...  Tempo que nos faz sentir fortes ramos, prontos para a colheita dos frutos. Tempo de vitórias, de acertos e tantos desacertos! Tempos que vão deixando marcas, nos preparando para a maturidade...


            Tempo da maturidade, são tempos de um novo frutificar - de ideias e valores... Tempo da colheita dos acertos e desacertos, da experiência que ficou. Tempo da fortaleza de um tronco que apoia e sustenta os mais jovens. Tempo que nos traz melhor consciência de nossa humanidade, da humanidade de todos...  Tempo de questionamentos, que nos chamam para nós mesmos, para o mistério de quem somos, porque viemos, para onde será que vamos...


            Tempo da velhice, tempo já bastante longo dos mais vividos... Tempo de perda das forças, da beleza.  Tempo do desgaste físico, pelo longo tempo de uso (e abuso). Tempo de cada vez maiores limitações físicas/materiais, que parecem favorecer a busca do imaterial, do espiritual!  Tempo de abrir mão da prepotência e do controle e conhecer a humildade da aceitação. Tempos muito emotivos, de interiorização, do desfrutar de silêncios, do gosto pela ordem, de um gradual isolamento pela perda das “turmas”, dos amigos, dos amores mais queridos... Tempos dos que já perderam suas raízes e agora se sentem, eles próprios, as raízes das outras gerações. Tempo de revisão, de retrospectivas, de culpas, arrependimentos, perdões e aceitação... de mais tempo interior, de maior intimidade conosco mesmos e com o Poder Amoroso que nos originou. Tempos de novas considerações: Quando? Para onde? Como será? Tempos da busca e encontro de um sentido maior para o passar de todos esses tempos...

                O tempo passa e passando nos machuca, nos afasta de nosso passado, parecendo  nos roubar os pedaços mais queridos de nossa vida! Mas, mais do que nunca, é tempo de deixar o passado para trás, sabendo que ele vive intensamente em nós, no que somos no presente. É viver com intensidade esse presente, preparatório certo de um devir pleno da vida que jamais se acaba...  O tempo está passando, dia a dia, momento a momento, nos carregando e cumprindo sua tarefa de nos acompanhar na incrível aventura dessa passagem. O tempo é generoso porque se renova no aqui/agora  construindo e garantindo a eternidade para todos nós.


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