Executar os serviços é tarefa de
nosso corpo e nossa mente. Estamos num mundo material e serviços precisam ser
feitos para sobrevivermos e para vivermos melhor. Sob esse aspecto serviço é
trabalho, mas o executamos maquinalmente, algo “forçados” pela necessidade, sem
atentarmos ao prazer que muitas vezes o serviço nos traz, sem percebemos sequer
o que nos motiva. Embora pareça óbvio e necessário o trabalho, descobrir o que
nos conduz no serviço, é importante no entendimento de nós mesmos. “Por que? Para quem? Para que? Quais ganhos?
...É importante esse olhar racional e curioso com os porquês do meu ego, que
direciona o meu Serviço!
Faço porque ‘tenho que” fazer? Porque é minha
obrigação? Por dever de gratidão? Faço
porque ninguém mais faz, porque sou explorada, vítima no trabalho e na família?
O que ganho com isso? Preciso estar sempre “mostrando serviço”? Ou sou
subserviente, faço demais para agradar, ser aceita, valorizada? Faço só
serviços que sei, serviços mais simples, mais “braçais” porque não me acho
capaz de tentar outras tarefas, porque tenho medo de falhar?
Minha
vaidade e orgulho precisam mostrar que posso mais, que sei mais, que sou melhor
pessoa, religiosa, profissional, cidadã...? Sinto-me, assim, cansada, ás vezes
injustiçada, e por isso posso cobrar, julgar, condenar... aqueles que não
“colaboram”? Faço todo o serviço do “meu modo”, não delego tarefas e, quando o
faço, tento controlar tudo? Será que estou sendo prepotente, perfeccionista,...?
Evito
serviços porque não quero compromisso, porque não quero me arriscar, porque
fujo de comparações e críticas? Ou sou indiferente a tudo e todos? Ou sou
esperta e espero que alguém faça primeiro? Ou evito por preguiça, mesmo?
Tantas outras possibilidades... Nosso ego, sempre com olhar externo, buscando
ganhos materiais e aprovação, tem um pouco disso tudo e, às vezes, muito de
alguns desses aspectos. Olhar e “dar-se conta” do que nos move, é o início da
libertação de nossos medos e defeitos de caráter, que antes nem suspeitávamos.
Estamos em serviço no mundo, mas pouco curtimos o que poderíamos usufruir com
espontaneidade, alegria, solidariedade... Precisamos levar o Serviço a uma
nível acima, entendê-lo e curti-lo como uma opção de Servir.
Entender quem somos e saber que todo serviço é uma escolha, nos liberta do jugo das obrigações e dos enganos do ego.
Saber que é uma escolha nos leva à alegria de Servir. Servir por quero, porque
eu acho importante cooperar, aprender, compartilhar... Servir porque escolho
ser gentil, amoroso, generoso, agradecido... Servir porque escolho ser igual e
compartilhar... Trazer pra mim a responsabilidade das minhas escolhas, transforma qualquer duro serviço em Servir. O Serviço é físico e mental, o Servir é espiritual. Ele nos tira o
peso da obrigação, das lutas individualistas e nos leva alegria ao viver. Servir nos leva à Boa e Generosa Pertença
com o mundo onde estamos. Servir é o viço do Ser.
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