Pesquisar este blog

domingo, 12 de fevereiro de 2017

O SERVIÇO E O SERVIR



            Executar os serviços é tarefa de nosso corpo e nossa mente. Estamos num mundo material e serviços precisam ser feitos para sobrevivermos e para vivermos melhor. Sob esse aspecto serviço é trabalho, mas o executamos maquinalmente, algo “forçados” pela necessidade, sem atentarmos ao prazer que muitas vezes o serviço nos traz, sem percebemos sequer o que nos motiva. Embora pareça óbvio e necessário o trabalho, descobrir o que nos conduz no serviço, é importante no entendimento de nós mesmos.  “Por que? Para quem? Para que? Quais ganhos? ...É importante esse olhar racional e curioso com os porquês do meu ego, que direciona o meu Serviço! 

                Faço porque ‘tenho que” fazer? Porque é minha obrigação? Por dever de gratidão?  Faço porque ninguém mais faz, porque sou explorada, vítima no trabalho e na família? O que ganho com isso? Preciso estar sempre “mostrando serviço”? Ou sou subserviente, faço demais para agradar, ser aceita, valorizada? Faço só serviços que sei, serviços mais simples, mais “braçais” porque não me acho capaz de tentar outras tarefas, porque tenho medo de falhar?

              Minha vaidade e orgulho precisam mostrar que posso mais, que sei mais, que sou melhor pessoa, religiosa, profissional, cidadã...? Sinto-me, assim, cansada, ás vezes injustiçada, e por isso posso cobrar, julgar, condenar... aqueles que não “colaboram”? Faço todo o serviço do “meu modo”, não delego tarefas e, quando o faço, tento controlar tudo? Será que estou sendo prepotente, perfeccionista,...?

             Evito serviços porque não quero compromisso, porque não quero me arriscar, porque fujo de comparações e críticas? Ou sou indiferente a tudo e todos? Ou sou esperta e espero que alguém faça primeiro? Ou evito por preguiça, mesmo?

            Tantas outras possibilidades...  Nosso ego, sempre com olhar externo, buscando ganhos materiais e aprovação, tem um pouco disso tudo e, às vezes, muito de alguns desses aspectos. Olhar e “dar-se conta” do que nos move, é o início da libertação de nossos medos e defeitos de caráter, que antes nem suspeitávamos. Estamos em serviço no mundo, mas pouco curtimos o que poderíamos usufruir com espontaneidade, alegria, solidariedade... Precisamos levar o Serviço a uma nível acima, entendê-lo e curti-lo como uma opção de Servir. Entender quem somos e saber que todo serviço é uma escolha, nos liberta do jugo das obrigações e dos enganos do ego. Saber que é uma escolha nos leva à alegria de Servir. Servir por quero, porque eu acho importante cooperar, aprender, compartilhar... Servir porque escolho ser gentil, amoroso, generoso, agradecido... Servir porque escolho ser igual e compartilhar... Trazer pra mim a responsabilidade das minhas escolhas, transforma qualquer duro serviço em Servir.  O Serviço é físico e mental, o Servir é espiritual. Ele nos tira o peso da obrigação, das lutas individualistas e nos leva alegria ao viver. Servir nos leva à Boa e Generosa Pertença com o mundo onde estamos.  Servir é o viço do Ser.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Se preferir, envie também e-mail para mariatude@gmail.com

Obrigada por sua participação.