Nossas
relações deveriam nos dar oportunidade de nos confrontarmos com o Novo, com o
único que existe em cada um de nós, para, nesse convívio, podermos nos
enriquecer uns com os outros e desfrutarmos da delícia de nos gostarmos e até de
nos amarmos. Mas nem sempre nossas
relações nos ajudam nesse processo de descobertas e na construção de uma auto
estima que nos torne mais fortes e mais livres!
Algumas relações em que nos envolvemos tornam-se destrutivas. Elas, ao
contrário, impedem as oportunidades de trocas sadias e nos mantêm estacionados,
ora como prisioneiros, ora como carcereiros, plugados em nome do medo ou do
amor!
São relações que se estabeleceram pelo
apego, em vez do Amor, e nós nem notamos que, aos poucos, deixamos de ser
amados e parceiros ou amantes e amigos para paralisarmos uns aos outros em
jogos inconscientes, dolorosos e mortais. São relações onde, em nome do amor,
criamos dependências – prisões. Onde um “cuida” do outro (pais, filhos,
companheiros...) a seu modo, do que ele acha o melhor! Onde aprendemos a
depender do Outro, do seu “amor”, dos seus “cuidados” exagerados e eternos, que
cada vez mais nos demonstram sermos incapazes sozinhos... Onde mantemos alguém,
ou nos mantemos, presos e inseguros, numa “escravidão adaptada”! Reclamamos,
mas não nos largamos, não nos libertamos. Muitas vezes, nem notamos que
precisamos de alguém que precise de nós!
Estamos atados, encalhados na vida, em nome do amor! Nossas relações
tornam-se destrutivas quando destroem nossas possibilidades de liberdade e
crescimento.
Muitas vezes nos mantemos unidos de
forma cruel. Mantemos o outro submisso e “necessitando“ de nós, destruindo sua
frágil auto estima, sua fraca auto imagem, através de sarcasmos e críticas
constantes ou com comparações negativas, criando eternos perdedores,
convencidos que precisam de quem, por favor, não os deixe sós e abandonados. E
muitas vezes essa pressão sobre o mais “fraco” esconde os próprios medos e
inseguranças do dominador.
Em nome do “amor que cuida demais”
ou da pretensão arrogante de quem “sabe e pode mais”, essas relações perversas
vão sendo mantidas. São laços afetivos, tortos e muitas vezes inconscientes,
que nos impedem de ver o quão estão distorcidos.
Nessas relações onde me vejo
enrolada e atada, só posso modificar a mim!
Preciso “ver” qual o Meu papel, no que
acredito, o que sinto e quais minhas atitudes, não importa se “por amor ou para
o bem comum”. Preciso reconhecer a
distorção da crença de que “Amar é deixar que alguém cuide de mim, que amar é
resolver pelo outro, é viver a vida do outro...” e culpá-lo por não me deixar
viver a minha. Preciso libertá-lo do meu amor medroso e invasivo! Preciso
aprender a ser companheiro, a valorizá-lo e
deixá-lo seguir... Preciso
aprender a cuidar de mim, para
libertar o outro e até para poder amá-lo melhor. Para isso, preciso aprender a me conhecer -1º
EU! Conhecer os meus medos, minhas inseguranças, minhas qualidades... Preciso
de valorização constante, de lealdade comigo mesma e de paciência amorosa.
Não adianta esperar as mudanças do outro para uma
transformação nessas relações destrutivas, que tanto me machucam e apequenam! Isso é minha exclusiva responsabilidade!
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