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terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

RELAÇÕES DESTRUTIVAS




         Nossas relações deveriam nos dar oportunidade de nos confrontarmos com o Novo, com o único que existe em cada um de nós, para, nesse convívio, podermos nos enriquecer uns com os outros e desfrutarmos da delícia de nos gostarmos e até de nos amarmos.  Mas nem sempre nossas relações nos ajudam nesse processo de descobertas e na construção de uma auto estima que nos torne mais fortes e mais livres!  Algumas relações em que nos envolvemos tornam-se destrutivas. Elas, ao contrário, impedem as oportunidades de trocas sadias e nos mantêm estacionados, ora como prisioneiros, ora como carcereiros, plugados em nome do medo ou do amor!

            São relações que se estabeleceram pelo apego, em vez do Amor, e nós nem notamos que, aos poucos, deixamos de ser amados e parceiros ou amantes e amigos para paralisarmos uns aos outros em jogos inconscientes, dolorosos e mortais. São relações onde, em nome do amor, criamos dependências – prisões. Onde um “cuida” do outro (pais, filhos, companheiros...) a seu modo, do que ele acha o melhor! Onde aprendemos a depender do Outro, do seu “amor”, dos seus “cuidados” exagerados e eternos, que cada vez mais nos demonstram sermos incapazes sozinhos... Onde mantemos alguém, ou nos mantemos, presos e inseguros, numa “escravidão adaptada”! Reclamamos, mas não nos largamos, não nos libertamos. Muitas vezes, nem notamos que precisamos de alguém que precise de nós!  Estamos atados, encalhados na vida, em nome do amor! Nossas relações tornam-se destrutivas quando destroem nossas possibilidades de liberdade e crescimento.

            Muitas vezes nos mantemos unidos de forma cruel. Mantemos o outro submisso e “necessitando“ de nós, destruindo sua frágil auto estima, sua fraca auto imagem, através de sarcasmos e críticas constantes ou com comparações negativas, criando eternos perdedores, convencidos que precisam de quem, por favor, não os deixe sós e abandonados. E muitas vezes essa pressão sobre o mais “fraco” esconde os próprios medos e inseguranças do dominador.

            Em nome do “amor que cuida demais” ou da pretensão arrogante de quem “sabe e pode mais”, essas relações perversas vão sendo mantidas. São laços afetivos, tortos e muitas vezes inconscientes, que nos impedem de ver o quão estão distorcidos.

            Nessas relações onde me vejo enrolada e atada, só posso modificar a mim! Preciso “ver” qual o Meu papel, no que acredito, o que sinto e quais minhas atitudes, não importa se “por amor ou para o bem comum”.   Preciso reconhecer a distorção da crença de que “Amar é deixar que alguém cuide de mim, que amar é resolver pelo outro, é viver a vida do outro...” e culpá-lo por não me deixar viver a minha. Preciso libertá-lo do meu amor medroso e invasivo! Preciso aprender a ser companheiro, a valorizá-lo e  deixá-lo seguir...  Preciso aprender a cuidar de mim, para libertar o outro e até para poder amá-lo melhor.  Para isso, preciso aprender a me conhecer -1º EU! Conhecer os meus medos, minhas inseguranças, minhas qualidades... Preciso de valorização constante, de lealdade comigo mesma e de paciência amorosa.

Não adianta esperar as mudanças do outro para uma transformação nessas relações destrutivas, que tanto me machucam e apequenam! Isso é minha exclusiva responsabilidade!


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