Precisamos
de “espaço” para respirarmos, para nos descobrir, para nos movimentar, para
curtir, para chorar... para Ser. No
entanto, em nossas relações, principalmente as familiares, esse espaço de que
tanto necessitamos é seguidamente invadido e, se permitirmos, iremos perdendo-o
cada vez mais, talvez para sempre! Vamos cedendo território para os pais, para
os filhos, para companheiros, amigos... por amor, por generosidade, “porque é
assim”, porque queremos ser legais e valorizados...
Enquanto estamos distraídos, muitas
vezes também invadindo o espaço deles, vamos cedendo terreno e perdendo nossas
liberdades básicas. Defender nosso espaço, retomar nossa vida, torna-se então muito
difícil! Ninguém quer ceder, ou devolver, o que já conseguiu, o que já tem como
seu!
Existem os “sem noção”, espaçosos, que,” inocentemente”, vão se apossando de tudo, aproveitando qualquer brecha ou facilidade. E os “caras de pau”, egoístas em eterno plantão, que tudo pedem ou tomam, sem nada oferecer aos outros. E os “bem intencionados” que, pelo “nosso bem” tomam a frente em nosso caminho, fazem nossas escolhas, querem dirigir nossos passos, nossa vida. E aqueles que nos apequenam, nos dirigem, sempre nos lembrando de erros passados, de falhas que nos fazem parecer incompetentes, dirigindo-nos, provando-nos que nada somos, que precisamos deles. E os que se apresentam sempre com vítimas magoadas, quando não lhes acatamos atitudes e opiniões. E os filhos “folgados”, “criançonas”, que se negam a sair do colo, pesando e querendo sempre mais... E as mães amorosas, que abriram mão de tudo, “morreram para o mundo por nós” e agora, chorosas, tudo nos lembram, exigem companhia e que vivamos para elas... E tantas outras...
Em
todas essas situações nos sentimos fragilizados, “sem graça”, cheios de culpa por
tentarmos retomar nosso espaço, nossa liberdade, nossa vida. Quando reunimos
coragem para estabelecer e defender nossos limites, os “invasores” reagem com
espanto, com medo da nova situação, com indignação, raiva e contra atacam nos
manipulando através, principalmente, da culpa. Parecem não nos ouvir, não
acreditam, insistem com argumentos repetidos, como “discos rachados”... Frágeis,
perdemos nossa pouca coragem, muitas vezes desistimos ou somos vencidos pelo
cansaço! Como é difícil nos defender
dessas armadilhas afetivas!
Necessitamos reforçar nossa auto
estima, nosso auto respeito, nossa lealdade e responsabilidade conosco
mesmos. Podemos explicar nossas razões
para retomar nosso espaço, mas, quando os outros as ignoram, quando insistem em
não ouvir ou não entender, precisamos não
cair na armadilha desgastante de ficarmos nos repetindo em explicações. Podemos
erguer uma parede de surdez seletiva ou “devolver a técnica do disco rachado”. É importante mantermos constante atenção,
tolerância zero às repetidas ou novas investidas dos queridos invasores. Afinal,
nós é que queremos as mudanças, eles
não!
Em defesa do direito à nossa vida, o
primeiro passo é acreditar que temos
esse direito e temos responsabilidade com ela.. Falar sobre essas defesas,
escrever sobre isso, é fácil, mas manter a vigilância e honrar esses limites é
muito difícil! No entanto, o frescor e a alegria da liberdade valem o empenho
na busca da Coragem para Mudar!
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