Vivemos tempos do Armagedon. Segundo um livro antigo de uma
tradição religiosa, o Armagedon seria a luta final nessa primeira fase da
humanidade da terra – a luta final entre o Bem e o Mal.
Acredito
que esta luta vem se travando desde sempre em nosso mundo. Quanto maior o nosso
amadurecimento, a nossa conscientização de quem somos, de nossa responsabilidade
com a Terra que habitamos e onde compartilhamos o direito à vida com todos os
seres também em evolução, mais sentimos quão próxima de nós é a questão do Bem
e do Mal.
A violência crescente, resultante
da busca, da luta desmedida pelo prazer, pelo poder, por prestígio, dinheiro,
pelos “bens” materiais, nos é revelada e estimulada a cada instante na própria
família, nas ruas, nas cidades, no mundo, através das várias mídias que nos
comandam. Ficamos horrorizados, assustados, e repetimos “é mesmo o fim do
mundo!”. E queremos torcer pelo Bem, queremos que o Bem vença, que exércitos e
polícias, que toda a força do mundo, derrotem o Mal!
Mas, quem é “o mundo”? Nós somos
o Mundo! Cada um de nós é que compõe o Mundo! A luta a que se refere o
Armagedom não se dará lá fora, e sim dentro de cada um de nós! As grandes
dores, os desequilíbrios, os absurdos, o desespero, nos impelem e preparam para
ouvir um outro som, intenso, mas suave, que parece o som de “trombetas
sagradas” tocando, chamando, de uma dimensão superior, espiritual...
Esse é um chamado para uma “luta”
diferente, sem uso da força, uma “luta” que nos liberta porque transmuta o
“mal” que existe em cada um de nós. Uma luta onde o Bem, a nossa própria Luz,
nossa capacidade amorosa, procura olhar com honestidade, acolher, entender e
transformar a sombra que nos habita. Pode ser uma “luta” longa, doída, com
altos e baixos, uma “expiação silenciosa”, mas certamente libertadora. Talvez
estejamos vivendo um Final dos Tempos, dos primeiros tempos, dos tempos do ego,
mas certamente marca o início de um Novo Tempo para cada um de nós e, aos
poucos, para a humanidade inteira.
Esse é o Armagedom que acredito,
o “Bom Combate”, o combate do Amor que ilumina, que se sobrepõem ao Mal, do
Amor que transforma... As trombetas estão soando... “Fortes, aprestai-vos para
a “boa luta” porque, depois da tempestade, virá uma bonança glorificante e
merecida”.