A aceitação é o final de um processo que se inicia com a dor
do confronto com o “não desejado”. Confronto com a dor pela perda das
fantasias, das idealizações, pela perda pelos desejos não satisfeitos, pela
ausência de quem amamos, pelas doenças que ameaçam a vida... Com a dor dos
nossos amores (pais, filhos, companheiros, amantes, amigos...) que não se
enquadram em nossos sonhos, com os familiares “difíceis” que nos decepcionam,
com os fatos inesperados e irreversíveis da vida...
Nossa primeira
reação a essas dores, carregadas de medo e susto, é negar a realidade
ameaçadora. Depois, sentimos muita raiva, mágoa... e mais medo. Tentamos
negociar com Deus, em preces, súplicas: “Ah, meu Deus! Isso não! Eu prometo...”
Quando nada conseguimos com nossas tentativas de barganha, entramos numa zona
de conformação “inconformada”, cheia de raiva e mágoas surdas, veladas, ante
nossa impotência perante os fatos ou as pessoas. E quanto mais rígidos, duros,
teimosos, guerreiros, nós formos, mais tempo permaneceremos nesses estágios da
luta!
Finalmente,
há a possibilidade desta dor abrir nossas mentes e corações e decidirmos parar
essa resistência desgastante e nos abrirmos para outras possibilidades da vida.
A realidade não é como nós gostaríamos que fosse, mas podemos tentar ser felizes
com as “cartas” que temos, podemos buscar entender o que o Poder Amoroso de
Deus coloca em nosso caminho para nosso crescimento, podemos nos entregar à Sua
sabedoria, que sabe o que queremos, mas sabe, mais ainda, de tudo que
precisamos para florescer.
Esse é o
processo da Aceitação. “Aceitar não é gostar”! Não precisamos gostar dos fatos
que não temos o poder de modificar, mas apenas deixar de brigar, de nos revoltar,
nos desgastar, de ficar sofrendo indefinidamente. A Aceitação nos traz paz
interior, serenidade, porque nos leva a depor as armas com que nos batemos e
debatemos com a vida. Aceitação do modo de ser, dos caminhos e descaminhos
daqueles que amamos. Eles, como nós, estão em processo e somos impotentes para acelerar
ou retardar seus passos. Não podemos modificá-los, podemos apenas amá-los,
estarmos disponíveis para ouvi-los, sermos verdadeiros com eles e assertivos em
nossas relações. Só a Aceitação dessa realidade nos libera para “Vivermos e
deixá-los viver”, para buscarmos a felicidade.
“Aceitação
é a Solução”, é o que descobrimos depois da dor, das lágrimas, do horror, da
luta infrutífera... E é a partir desse estado de paz interior, que
reabastecemos nossas energias, que nos tornamos construtivos em nosso caminhar,
que podemos continuar a amar sem fantasias, que aprendemos a sorrir para a
Vida!
“Preciso
estar compartilhando repetidamente sobre a Aceitação, a cada novo desafio em
meu dia a dia, até que consiga, realmente
e permanentemente, torná-la natural em mim!”
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