Nós, pessoas, já começamos a entender que Tudo e Todos
estamos juntos, em processo, evoluindo para patamares mais complexos do Saber e
do Amar.
Hoje, já com esse novo entendimento, começamos
a questionar a utilização (vida e morte
- para alimentos, adereços, experimentos, lazer, esporte...) de várias espécies
animais pela nossa espécie, a mais evoluída, portanto a mais responsável por
todos os aspectos da vida (cuidados, bem estar, respeito a limites de espaços,
de habitats diferentes dos nossos) daqueles que reconhecemos como menos
evoluídos.
Hoje, já
começamos a entender e “ver” os animais domésticos, mais próximos a nós, como
companheiros de jornada, bons companheiros, leais, submetidos, submissos,
disponíveis, “pacientes”, amigos... Hoje, estamos aprendendo a não mais os
relegar aos quintais, às ruas, ao relento, como seres absolutamente sem
entendimento, sem sentimentos, sem capacidade de sofrer...
Mas, apesar
desse início de entendimento, continuamos a utilizá-los de muitas formas e, também, como forma de suprir nossas
carências afetivas, nossa solidão, nossa necessidade de atenção e de
obediência, nossa falta de amor e valorização pelos de nossa própria espécie,
pela nossa gente. Sem querer ou conseguir enfrentar essas dificuldades,
acabamos desrespeitando-os, atrapalhando-os, tentando humanizá-los!
Precisamos
estar atentos à nossa relação com animais e com pessoas! Podemos achar mais
fácil e seguro amar os animais do que as pessoas! Afinal, animais não falam, não contestam, não
discutem, não nos traem...
Pessoas que amamos podem ter idéias próprias; elas escolhem,
recusam; podem decepcionar nossas expectativas, podem nos rejeitar, podem ir
embora...
Acredito
que uma relação sadia entre pessoas e animais pode ser uma forma de nutrir
nossa necessidade de calor e ternura, principalmente na velhice isolada e na infância. As crianças
precisam desfrutar a gostosura de tocar os animais, trocar com eles... Elas
parecem intuir serem eles semelhantes, inocentes, iniciantes... Essa relação
sadia pode nos preparar para outros amores, os humanos, mais complexos, porque
complexos somos; preparar para amores que exijam mais de nossa capacidade de
ouvir, de aceitar, de nos colocar, de nos respeitarmos mutuamente, de
resistirmos à rejeição, ao abandono... Nosso aprendizado do amor precisa seguir
adiante, do mais simples (aos animais) ao mais complicado (aos humanos “mais
complicados”).
Em nossa
relação com os animais, acredito na importância de respeitá-los como São e
Estão e deixar de apenas utilizá-los
como seres criados apenas para nosso uso e abuso. Acredito na nossa
responsabilidade de protegê-los como espécies mais vulneráveis ante nossa
tecnologia, nosso egoísmo e nossa agressividade. Acredito na importância de amá-los por tudo
que “silenciosamente” nos ensinam, aceitando e vivendo cada dia com o que o dia
lhes oferece... e sobrevivendo a nós.
Estamos
juntos nessa caminhada. Precisamos nos apoiar, nos respeitar, nos amar...
Assim, os desafios são mais facilmente superados, assim a viagem torna-se mais rica
e gostosa!
Já estou entendendo tudo isso!
Agora preciso, a cada momento, buscar pensar, sentir e, principalmente, agir de
acordo com o que acredito. É um novo olhar, um novo desafio, um novo
aprendizado!
Comentários / Contato : mariatude@gmail.com