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sábado, 18 de agosto de 2012

PESSOAS E ANIMAIS



            Nós, pessoas, já começamos a entender que Tudo e Todos estamos juntos, em processo, evoluindo para patamares mais complexos do Saber e do Amar.

            Hoje, já com esse novo entendimento, começamos a questionar a utilização (vida e morte - para alimentos, adereços, experimentos, lazer, esporte...) de várias espécies animais pela nossa espécie, a mais evoluída, portanto a mais responsável por todos os aspectos da vida (cuidados, bem estar, respeito a limites de espaços, de habitats diferentes dos nossos) daqueles que reconhecemos como menos evoluídos.

            Hoje, já começamos a entender e “ver” os animais domésticos, mais próximos a nós, como companheiros de jornada, bons companheiros, leais, submetidos, submissos, disponíveis, “pacientes”, amigos... Hoje, estamos aprendendo a não mais os relegar aos quintais, às ruas, ao relento, como seres absolutamente sem entendimento, sem sentimentos, sem capacidade de sofrer...

            Mas, apesar desse início de entendimento, continuamos a utilizá-los de muitas formas e, também, como forma de suprir nossas carências afetivas, nossa solidão, nossa necessidade de atenção e de obediência, nossa falta de amor e valorização pelos de nossa própria espécie, pela nossa gente. Sem querer ou conseguir enfrentar essas dificuldades, acabamos desrespeitando-os, atrapalhando-os, tentando humanizá-los!

            Precisamos estar atentos à nossa relação com animais e com pessoas! Podemos achar mais fácil e seguro amar os animais do que as pessoas!  Afinal, animais não falam, não contestam, não discutem, não nos traem...
Pessoas que amamos podem ter idéias próprias; elas escolhem, recusam; podem decepcionar nossas expectativas, podem nos rejeitar, podem ir embora...

            Acredito que uma relação sadia entre pessoas e animais pode ser uma forma de nutrir nossa necessidade de calor e ternura, principalmente na  velhice isolada e na infância. As crianças precisam desfrutar a gostosura de tocar os animais, trocar com eles... Elas parecem intuir serem eles semelhantes, inocentes, iniciantes... Essa relação sadia pode nos preparar para outros amores, os humanos, mais complexos, porque complexos somos; preparar para amores que exijam mais de nossa capacidade de ouvir, de aceitar, de nos colocar, de nos respeitarmos mutuamente, de resistirmos à rejeição, ao abandono... Nosso aprendizado do amor precisa seguir adiante, do mais simples (aos animais) ao mais complicado (aos humanos “mais complicados”).

            Em nossa relação com os animais, acredito na importância de respeitá-los como São e Estão e deixar de apenas utilizá-los como seres criados apenas para nosso uso e abuso. Acredito na nossa responsabilidade de protegê-los como espécies mais vulneráveis ante nossa tecnologia, nosso egoísmo e nossa agressividade.  Acredito na importância de amá-los por tudo que “silenciosamente” nos ensinam, aceitando e vivendo cada dia com o que o dia lhes oferece... e sobrevivendo a nós.

            Estamos juntos nessa caminhada. Precisamos nos apoiar, nos respeitar, nos amar... Assim, os desafios são mais facilmente superados, assim a viagem torna-se mais rica e gostosa!

Já estou entendendo tudo isso! Agora preciso, a cada momento, buscar pensar, sentir e, principalmente, agir de acordo com o que acredito. É um novo olhar, um novo desafio, um novo aprendizado!

Comentários / Contato : mariatude@gmail.com