Os valores morais podem variar no tempo e de acordo com as
culturas, mas os princípios espirituais
são perenes, atemporais, universais. Eles se sobrepõem às épocas, são comuns a
quaisquer povos, costumes e religiões. Eles são comuns aos seres humanos em
geral e emanam de nossa dimensão mais interior e profunda, de nossa origem
sagrada, onde habita o Silêncio, o Divino. Nossa dimensão física caracteriza-se pela
forma e a dimensão psíquica (ego) é a voz tagarela que nos prende ao mundo da
forma, enquanto a dimensão espiritual não pode ser validada pelos sentidos
físicos, ela é a ausência da forma, é um espaço interior onde o “Espírito
brilha através de nós, neste mundo”, e Ele é o Amor, Ele é a Presença.
Viver nossa
Espiritualidade é estarmos, cada vez mais, conscientes dessa Dimensão espiritual,
do Sopro de Deus em nós. Esta é ainda a dimensão
bloqueada, desconhecida, esquecida, mal
nutrida, negada, até ironizada... E nós temos um desejo essencial, uma
necessidade básica, do Amor que, em suas várias facetas, é a própria natureza dessa
Dimensão! Esse Amor que está ridicularizado, pervertido, banalizado, em nosso
mundo materialista, racional, intelectual, esse mundo que só nos ensina a
importância da busca pelo dinheiro, pelo prestígio, pelo ter e pelo saber, pelo
poder... Nessa busca, no entanto, algo maior nos escapa, porque o Amor está na
origem de tudo e todos e só vivenciando-o podemos dar um significado melhor às
nossas vidas e nos sentir plenos, felizes...
“Estamos
aqui para descobrir dentro de nós mesmos essa Dimensão que é mais profunda que
o pensamento”. Nela existe uma “semente
de plenitude” pronta para germinar e nos fazer florescer. Para acessá-la, à nossa Espiritualidade, preciso
admiti-la, reconhecê-la intelectualmente, ter a percepção de que existe em mim
algo de uma ordem mais elevada que a racional. Para validá-la, preciso ter a experiência pessoal de um deleite interior que me trazem os
momentos de compaixão, de verdade, de alegria, de generosidade, de solidariedade,
de justiça amorosa, de beleza, de ternura, de gentileza, de gratidão... Preciso
desfrutar de um tempo de silêncio interior, quando me desligo temporariamente
do Ego/mente, para sentir-me pertencendo a algo maior e em comunhão com uma força espiritual que me faz desfrutar a
Serenidade!
“Nossa
verdadeira natureza é calma”, como um oceano. Na superfície (corpo/mente)
existem lutas e tempestades, mas em profundidade existe a calma. Em nossa
Dimensão Espiritual existe a força e a serenidade de um Oceano de Luz.
“Nos momentos de agonia e tempestade é importante se lembrar
desse fundo calmo que está em nós e fazer da tempestade uma ocasião de passagem
para uma nova consciência, um novo existir! É o momento da conversão, de
retornar ao nosso próprio eixo, à natureza (espiritual) que nos é própria!”
Espiritualidade
é a vivência do Amor, do Sagrado...
E “A presença do Divino em nós
não destrói o humano. Ao contrário, ilumina e estrutura nossa humanidade.” Jean
Yves Leloup
Comentários / Contato : mariatude@gmail.com