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terça-feira, 9 de outubro de 2012

ESPIRITUALIDADE II



          Os valores morais podem variar no tempo e de acordo com as culturas, mas os princípios espirituais são perenes, atemporais, universais. Eles se sobrepõem às épocas, são comuns a quaisquer povos, costumes e religiões. Eles são comuns aos seres humanos em geral e emanam de nossa dimensão mais interior e profunda, de nossa origem sagrada, onde habita o Silêncio, o Divino.  Nossa dimensão física caracteriza-se pela forma e a dimensão psíquica (ego) é a voz tagarela que nos prende ao mundo da forma, enquanto a dimensão espiritual não pode ser validada pelos sentidos físicos, ela é a ausência da forma, é um espaço interior onde o “Espírito brilha através de nós, neste mundo”, e Ele é o Amor, Ele é a Presença.  

            Viver nossa Espiritualidade é estarmos, cada vez mais, conscientes dessa Dimensão espiritual, do Sopro de Deus em nós. Esta é ainda a  dimensão  bloqueada, desconhecida, esquecida, mal nutrida, negada, até ironizada... E nós temos um desejo essencial, uma necessidade básica, do Amor que, em suas várias facetas, é a própria natureza dessa Dimensão! Esse Amor que está ridicularizado, pervertido, banalizado, em nosso mundo materialista, racional, intelectual, esse mundo que só nos ensina a importância da busca pelo dinheiro, pelo prestígio, pelo ter e pelo saber, pelo poder... Nessa busca, no entanto, algo maior nos escapa, porque o Amor está na origem de tudo e todos e só vivenciando-o podemos dar um significado melhor às nossas vidas e nos sentir plenos, felizes...

            “Estamos aqui para descobrir dentro de nós mesmos essa Dimensão que é mais profunda que o pensamento”. Nela existe uma “semente de plenitude” pronta para germinar e nos fazer florescer.  Para acessá-la, à nossa Espiritualidade, preciso admiti-la, reconhecê-la intelectualmente, ter a percepção de que existe em mim algo de uma ordem mais elevada que a racional. Para validá-la, preciso ter a experiência pessoal de um deleite interior que me trazem os momentos de compaixão, de verdade, de alegria, de generosidade, de solidariedade, de justiça amorosa, de beleza, de ternura, de gentileza, de gratidão... Preciso desfrutar de um tempo de silêncio interior, quando me desligo temporariamente do Ego/mente, para sentir-me pertencendo a algo maior e em comunhão com uma força espiritual que me faz desfrutar a Serenidade!

            “Nossa verdadeira natureza é calma”, como um oceano. Na superfície (corpo/mente) existem lutas e tempestades, mas em profundidade existe a calma. Em nossa Dimensão Espiritual existe a força e a serenidade de um Oceano de Luz.
“Nos momentos de agonia e tempestade é importante se lembrar desse fundo calmo que está em nós e fazer da tempestade uma ocasião de passagem para uma nova consciência, um novo existir! É o momento da conversão, de retornar ao nosso próprio eixo, à natureza (espiritual) que nos é própria!”

            Espiritualidade é a vivência do Amor, do Sagrado...
E “A presença do Divino em nós não destrói o humano. Ao contrário, ilumina e estrutura nossa humanidade.” Jean Yves Leloup

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