Qualquer aprendizado se mantém, se fixa, se completa e
enriquece, através da Memória. Não fosse a memória, ainda hoje estaríamos tendo
que reaprender, todos os dias, as mesmas coisas: fogo, roda... A memória pode
nos trazer a experiência, o aprendizado com os erros de ontem, como base, hoje,
paras novas descobertas, para continuarmos... A Memória preserva nossa história
pessoal, a de nossos antepassados; preserva a história dos povos e suas
tradições, sua sabedoria e seus enganos; preserva, enfim, a história do Homem.
Possibilita um olhar mais extenso, mais abrangente, do que fomos, do que somos,
favorecendo uma compreensão maior e melhor de nossa caminhada, liberando-nos
para novas e melhores escolhas.
Mas ela não
deve servir de corrente a me atar ao passado, trazendo-o repetidamente à
lembrança, como um disco rachado, como um replay desgovernado em minha mente.
Preciso estar atenta para não me deixar aprisionar a um passado, bom ou mau,
que não tem volta. Atenção para que as lembranças não me tragam tristeza e
nostalgia das alegrias e gostosuras que não são mais presentes, tornando-me
desatenta com as possibilidades do agora. Atenção para não me prender a elas numa
busca contínua e fantasiosa, querendo revivê-las hoje. E também preciso de atenção
para não usar a memória como um chicote punitivo, relembrando mágoas, humilhações,
culpas, ódios... esperando, talvez, uma “volta”, uma revanche ou nada esperando,
porque, talvez, já não acredite que mereça.
Preciso
escolher como vou utilizar minha Memória. Ela pode ser minha aliada para vôos
maiores, servir de degrau para atingir novos patamares ou se transformar em
minha prisão. Estou tentando não repetir comportamentos que minha memória
sinaliza o quanto foram negativos - dos
mais simples, materiais, dos hábitos que me prejudicaram, até aos outros, às
atitudes mais complexas, que envolveram emoções, sentimentos e tanto sofrimento
causaram.
Atenção! Se perdermos a Memória
do que aprendemos com o passado,
teremos que repeti-lo indefinidamente!