Queria te conhecer, queria te entender. Queria chegar mais
próximo de quem “você”, realmente, é. Aprendi a amar o que revelas sob máscaras
tão antigas quanto o próprio Homem, tão duras e resistentes quanto armaduras de
aço, que se transformaram em fortalezas protetoras e promotoras de tua
virilidade e força. O modelo que te aprisiona, que o mundo te ensina e cobra, é
o do macho guerreiro e aguerrido, é o do competidor que não pode, que não deve
perder: a fêmea, os filhos, o território, os bens... Que deve ser provedor,
duro, forte, disciplinador, algo distante, fingindo indiferença, cinismo,
esperteza... É um modelo antigo, de uma fase instintiva, quase animal, que
continuou a ser seguido e cobrado, mesmo adiante, numa fase racional, mas ainda
baseada na luta e na força.
No entanto,
escondida do mundo (e de ti mesmo) está tua imensa riqueza, toda tua beleza. Tu
a escondes porque ela está em desacordo com o molde tradicional que te
ensinaram. Nela estão, quase blindados, sem ter voz, tua humanidade, teus
sentimentos, tua emotividade, tuas decepções, teus medos, tua insegurança, tuas
vergonhas, tuas mágoas, tristezas... E teus gritos e lágrimas de dor, abafados,
disfarçados. Lá está, também e tantas vezes freada, tua capacidade de amar com
entrega, com confiança e inocência, tua vontade de ser gentil, meigo, doce,
alegre, pacífico, verdadeiro... Lá está tua espiritualidade tão reprimida!
Nesse jogo
de poder com cartas tão marcadas, nesse modelo castrador de ti mesmo, modelo
que subjuga os mais fracos, surge hoje uma nova mulher, tua eterna companheira
em toda a história. Antes submetida, amordaçada e, aparentemente, submissa...
Hoje, lutando por libertar-se desse seu papel pré escrito, com novas posturas, estabelecendo
regras diferentes. Essas mudanças trazem novas possibilidades para a mulher...
e para “você”, Homem.
Essa nova mulher exige de ti um
novo papel, num território tão desconhecido e assustador! As chefias são
contestadas, a força agora deve vir de outras fontes, que não as físicas e
materiais. Há um desafio para que exponhas tua afetividade, num ataque à
armadura que te aprisiona. Mas esse desafio é a oportunidade de libertação! Só
esse novo Homem poderá libertar o antigo.
Quero
contracenar contigo nesse novo ato. Quero poder rir e chorar contigo, quero te
ver e te amar sem máscaras, descobrir quem é o meu filho, o meu pai, o meu
companheiro, o meu amante... Quero compartilhar sonhos, sentimentos, emoções, projetos,
desafios... Quero saber quem é “você”, para poder, realmente, amar a pessoa
única que tu és!
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