“Somos passantes, somos seres de passagem...” Acho isso tão
bonito e verdadeiro que repito sempre, principalmente para mim. Preciso
lembrar-me sempre disso! Estou só de passagem aqui e as pessoas que povoam
minha vida também! De um lugar, viemos. Um dia chegamos, um dia partimos, em
outro lugar chegamos...
Caminhamos, nessa eterna passagem, buscando sorrir, ser
feliz, tantas vezes chorando, zangando, aprendendo (às vezes a contragosto),
nos conformando ou finalmente entendendo e aceitando o processo da vida.
No
desempenho de nossos papéis, também passamos nos modificando, nos adaptando,
nos reinventando, imprimindo nosso estilo único de seres únicos - como filhos,
irmãos, amigos, amantes, pais e Mães...
Alguns de nossos papéis em
família são especialmente intensos em Amor. Como filhos, mesmo quando adultos, teimamos
em nos sentir meninos (filhos/irmãos) junto aos pais. Gostamos de poder
desfrutar, de novo e sempre, a segurança da companhia e presença de nossos pais
e o aconchego, os mimos tolos e tão gostosos, mesmo quando invasivos e “sem
noção”, de nossas Mães. Nós nos zangamos, fazemos “má-criação”, mas nos
sentimos importantes, aquecidos pelo seu amor.
E quando nos tornamos pais e Mães, descobrimo-nos
aprisionados na delícia e agonia desse amor tão especial!
São laços
tão intensos que se mantêm, eu acredito, para sempre...
Mas, ainda assim, nessa experiência atual, nós e nossas Mães
estamos apenas passando pela vida e pela história uns dos outros.
Um dia, tristemente, somos
confrontados com essa realidade: as Mães também são seres de passagem! Passam
por nossas vidas deixando lembranças, exemplos, saberes e sabedorias... Deixam
um rastro inesquecível de doçura que nos aquece, nos conforta e encoraja, nos
momentos difíceis de nossos desafios. Elas nos deixam a certeza que ninguém,
nem nossos amantes ou paixões, nem mesmo nossos filhos, ninguém temeu tanto por
nós, ninguém nos valorizou tanto assim, ninguém nos terá amado de forma tão
incondicional e intensa!
As mães
podem estar fisicamente longe, mas em sua passagem por nossas vidas elas criam
um paradoxo – passam com tanto amor, que ficam para sempre em nós – tornam-se
eternas!